São Paulo amanheceu nesta quinta-feira (15) com mais um caso de greve no transporte. Desta vez, a paralisação foi feita por trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e afetou ao menos quatro linhas – o Metrô funcionou normalmente.
Por conta da falta de trens, uma grande confusão foi registrada em uma das linhas afetadas, a localizada na estação Francisco Morato, da Linha 7–Rubi da CPTM, na Grande SP. Nas redes sociais, imagens mostram passageiros exaltados e depredando a estação.
Durante os protestos violentos, uma mulher acabou sendo atingida por uma pedra no olho e, por isso, precisou ser socorrida em meio à multidão. Em nota, a Polícia Militar (PM) revelou que foi acionada e seus agentes tiveram que usar bombas de efeito moral contra os manifestantes que depredavam a estação.
Além disso, a corporação relatou que os policiais que estiveram na ação também usaram gás de pimenta para conter a depredação. “A estação foi esvaziada e fechada, mas os policiais permaneceram fazendo a segurança do lado de fora”, divulgou a PM.
Também em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que está apurando o ocorrido e que, durante a ação dos policiais, um homem acabou sendo preso em flagrante. “A Polícia Militar foi acionada na manhã desta quinta-feira (15) para prestar apoio a ocorrência na estação Francisco Morato, da CPTM. Alguns vândalos depredaram com paus e pedras o local. Durante a ação, uma mulher ficou ferida”, detalhou a SSP.
Ainda conforme a pasta, a PM não utilizou arma de fogo para conter as manifestação e o homem preso durante a ação, acusado de dano, foi liberado após pagar uma fiança de R$1.100. “Equipes da área, Força Tática e Canil seguiram na estação para garantir a segurança de todos. A PM também realiza buscas em hospitais da região para localizar a mulher citada e realizar o registro policial dos fatos, esclarecendo os detalhes que levaram a vítima a sofrer os ferimentos”, diz o texto.
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A greve dos trens
De acordo com José Claudinei Messias, representante dos ferroviários, os sindicatos vêm tentando negociar com a CPTM há mais de dois meses um reajuste salarial da categoria. Todavia, segundo ele, a empresa nunca aceita reajustar os vencimentos dos profissionais.
“Durante toda a pandemia, os ferroviários continuaram trabalhando, se dedicando, garantindo um transporte de qualidade para os profissionais da saúde, da educação, da segurança pública, entre outros. Nós tivemos, inclusive, que entrar na justiça para garantir o fornecimento de máscaras e álcool em gel. A empresa não respeita os ferroviários”, afirmou.
Em nota, a CPTM disse que “lamenta a decisão sobre a greve”. Segundo a empresa, a expectativa é que “não haja adesão por parte de todos os trabalhadores em respeito aos cidadãos que necessitam do transporte”. “Não é possível que estes sindicatos estejam em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome”, completou a companhia no comunicado.
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