De acordo com informações publicadas pela jornalista Ana Flor, da “Globo News”, o valor do benefício do novo Bolsa Família, que deverá ser chamado Auxílio Brasil, já tem causado atritos entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e integrantes do “Centrão”, que agora comanda a Casa Civil.
Segundo a jornalista, a expectativa era que a medida provisória que cria o programa social e também a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios, que é o que vai abrir espaço para o pagamento de um bônus às famílias, fosse enviada até esta sexta-feira (06) ao Congresso.
Todavia, o texto que foi formulado pela área econômica foi para o Planalto ainda na terça-feira (03) e de lá não saiu. Segundo a jornalista, o atrito entre as partes acontece por conta da distribuição do percentual de venda de ativos para os beneficiários do programa social.
Hoje, a gestão de Paulo Guedes defende o pagamento anual, ou até mesmo semestral, da distribuição de lucros das empresas aos beneficiários do programa social, conforme a venda de ativos e privatizações. Do outro lado, a área política quer uma distribuição mensal para criar o sentimento, segundo a jornalista da “Globo News”, de que o programa social paga um valor mais alto do que os atuais R$ 300 previstos.
Além disso, a área política do governo, e também lideranças do Congresso, estão pressionando para que todo o gasto com precatórios seja retirado do teto de gastos, e não somente o valor do fundo de privatizações, que pagaria o que excedesse 2,6% da Receita Corrente Líquida, valor este, que de acordo com o texto da PEC, estaria presente no Orçamento anual.
De acordo com Ana Flor, na última sexta (06) o clima entre as duas frentes estava pior porque a área econômica constatou que líderes do governo no Congresso estavam à frente de eventuais mudanças nos critérios do Auxílio Brasil.
Isso porque, para a equipe econômica, o novo Bolsa Família tem que pagar mais ou menos R$ 300. Por outro lado, a área política prefere que o bônus seja diluído em valores mensais, fazendo com que o novo programa social chegue a pagar R$ 500 ou até R$ 600 a cada família, valor muito próximo ao do auxílio emergencial de 2020, que aumentou a popularidade do presidente.
Nesse sentido, ainda de acordo com a jornalista, a reeleição de Bolsonaro depende de um benefício robusto, na casa dos R$ 600, o que não é defendido pela área econômica.
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Eu quero limpar meu nome!