Os trabalhadores que possuem uma conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e que fizeram ordens de compra para a capitalização da Eletrobras não poderão ficar com todas as ações que desejavam.
Isso se deve ao fato de que a demanda foi muito maior do que a oferta reservada para quem queria usar os recursos do FGTS.
FGTS na Eletrobras
A saber, os pedidos de compra de ações da Eletrobras com fundo somaram R$ 9 bilhões, sendo que o limite era de R$ 6 bilhões.
Desse modo, o governo precisou fazer um rateio para que os detentores de conta no FGTS pudessem usar os seus recursos.
Vale destacar que esse rateio ficou em quase 67%, o que significa que quem pretendia ter, por exemplo, R$ 1.000 em ações da Eletrobras, vai poder ficar apenas R$ 667 no referido negócio.
É importante mencionar que o trabalhador não ficará no prejuízo, pois a diferença será devolvida diretamente à conta do FGTS do mesmo.
No total, 11 instituições financeiras se cadastraram para participar da operação com o FGTS, em um quadro de 24 fundos de investimentos, sendo os demais abertos a qualquer comprador.
O preço de cada ação foi fixado em R$ 42, para as vendas que devem ocorrer nesta segunda-feira (13) na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
Por enquanto, especula-se que a capitalização da estatal chega a R$ 33,7 bilhões, considerando o lote suplementar.
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Abradin
O clima é de expectativa positiva, uma vez que, desde 2017, o governo vem tentando realizar a capitalização da Eletrobras, que é maior empresa de energia da América Latina.
Integrantes do governo Bolsonaro comemoraram o resultado do aumento de capital, mas há também alguns que estão insatisfeitos e querem anular a operação.
O presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), que reúne acionistas minoritários de empresas de capital aberto, Aurélio Valporto, disse à Jovem Pan que a empresa foi privatizada por um preço muito baixo e que considera a operação um assalto aos minoritários. A associação entrou com uma ação na justiça do Rio de Janeiro para desfazer o processo.
“A Abradin ingressou com uma ação civil pública que contém pedidos de tutela de urgência, não para impedir a privatização da Eletrobras, mas sim para impedir uma fraude contra os atuais acionistas minoritários, que é a doação de Itaipu Binacional e eletronuclear para uma nova estatal criada pelo governo federal. Mais do que uma fraude contra os acionistas é fraude que mina a credibilidade do mercado de capitais brasileiro. É uma fraude que tem o condão de afastar investidores, justamente no momento em que o Brasil tanto precisa desses investidores para fomentar a sua atividade econômica”, explica Valporto.
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