O governo federal publicou uma nota nesta terça-feira (04) onde presta solidariedade às vítimas de um ataque a tiros na comunidade Parima, dentro da Terra Indígena Yanomami em Roraima, e ainda afirma que tem “atuado para que os envolvidos sejam identificados e responsabilizados”.
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O ataque em Parima, localizada em uma região com forte presença de garimpeiros, aconteceu no final da noite de segunda-feira (03) e culminou na morte de uma criança Yanomami e ainda deixou outros cinco indígenas ficaram feridos.
De acordo com o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, que informou que os criminosos ainda não foram identificados, os feridos são:
- Uma liderança indígena de 48 anos;
- Uma mulher de 24 e sua filha de cinco;
- E duas meninas, de 15 e 9 nove anos, respectivamente.
Conforme as informações, essas vítimas foram atendidas pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e, na tarde desta terça, foram transferidas para Surucucu e Boa Vista, em aeronaves da Marinha e da Força Aérea Brasileira equipadas com respiradores e outros equipamentos de resgate emergencial.
“Por meio dos ministérios da Saúde, dos Povos Indígenas, da Defesa e da Justiça e Segurança Pública, e da Secretaria Especial de Saúde Indígena e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, o governo federal tem agido para garantir a assistência adequada aos indígenas feridos no ataque às crianças e adultos”, publicou em nota o governo federal.
Ainda conforme o texto, o governo está atuando de forma articulada em “ações de planejamento e execução de operações promovidas no âmbito da expulsão de garimpeiros da TI Yanomami”. “O governo federal reitera o compromisso de reestruturar as políticas voltadas à promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas, como saúde indígena, segurança alimentar e proteção territorial na TI Yanomami”, concluiu a nota publicada nesta terça.
O ataque à Terra Indígena Yanomami
De acordo com a Polícia Federal, até o momento, ainda não se sabe as circunstâncias do ataque e nem quem são os agressores, sendo que existe a suspeita é de que o fato tenha sido causado por garimpeiros que ainda atuam no território.
Esse não foi o primeiro ataque registrado contra os indígenas no território Yanomami em 2023. Isso porque, em abril, um indígena Yanomami morreu e outros dois foram baleados por garimpeiros na comunidade Uxiu. Maior território indígena do Brasil, o local é, há décadas, alvo de garimpeiros ilegais.
Desde janeiro, ao decretar emergência de saúde pública na região, o governo federal tem atuado para combater o garimpo ilegal no território – no ano passado, a devastação chegou a 54%.
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