O governo não está interessado na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa investigar as denúncias contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e contra os pastores, acusados de influenciarem na distribuição de verbas da pasta.
Na tentativa de barrar a abertura da comissão, informou o canal “Globo News”, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) prepara uma ação para ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo: fazer com que o colegiado não possa ser instalado.
Segundo o canal, o tema está sendo discutido por senadores da base aliada de Bolsonaro, em conversas coordenadas por Carlos Portinho (PL), líder do governo no Senado. De acordo com as informações, os senadores defendem a judicialização do assunto.
A alegação para a ação será que a CPI não está respeitando a “fila” das comissões. Nesse sentido, o governo vai cobrar que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), instale outras quatro CPIs que alcançaram o número de apoios necessário antes da CPI do MEC.
“Não há classe de senadores, qualquer senador vale tanto quanto qualquer outro. O senador Randolfe Rodrigues [Rede] é um senador como qualquer outro”, disse Carlos Portinho ao comentar sobre o colega, que é quem propôs a abertura da CPI.
“Qualquer tentativa de dar privilégio a um senador deve ser recusado de imediato. 27 assinaturas em uma CPI valem tanto quanto 27 assinaturas em outra CPI, há que se seguir a ordem cronológica apresentada”, completou ele.
Outro que também se pronunciou sobre o caso foi Eduardo Gomes. De acordo com o senador, que é o líder do governo no Congresso, “outros questionamentos” à CPI apresentada pela oposição na terça-feira (28) estão sendo estudados.
“Esse processo de protocolo é apenas uma das fases. Nem sabemos ainda se todas as assinaturas estão valendo. Podemos ver que nem todas pararam de pé”, afirmou o senador, também em entrevista ao canal “Globo News”.
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