O governo federal anunciou nesta segunda-feira (20), a retomada do Programa Mais Médicos, com a abertura de 15 mil novas vagas. A saber, a medida agora recebe o nome de “Mais Médicos para o Brasil”.
Vale lembrar que o programa, criado em 2013 e marcado pela contratação de médicos cubanos, passa a incluir outras áreas de saúde, tais como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais, e promete priorizar profissionais brasileiros.
Volta do Mais Médicos
Do total de novas vagas para este ano, 5 mil delas ocorrerão por meio de edital já neste mês de março.
Então, as outras 10 mil contemplarão um formato que prevê contrapartida de municípios, o que, de acordo com o governo federal, garante às prefeituras menor custo, maior agilidade na reposição do profissional e condições de permanência nessas localidades.
Assim, o investimento é de R$ 712 milhões por parte da União apenas para o ano de 2023.
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, a ministra da Saúde, Nísia Teixeira, destacou que o governo está empenhado em fortalecer o programa, classificado por ela como essencial para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a sociedade brasileira.
“O Mais Médicos voltou para responder ao desafio de garantir a presença de médicos a cidadãos de municípios mais distantes dos grandes centros e que sofrem com a falta de acesso”.
“Sem a atenção primária, não teremos resolutividade e não avançaremos na política que precisamos, nos cuidados de alta e média complexidade”, disse, ao citar evidências consolidadas de que o programa, em seu primeiro momento, consegue prover profissionais em áreas mais vulneráveis, diminuindo índices como o de mortalidade infantil.
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Sucesso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o programa foi “um sucesso excepcional”. “Poucas vezes, o povo pobre recebeu o tratamento que teve depois que colocamos o Mais Médicos para funcionar”, disse.
Ainda mais, durante a cerimônia, Lula lembrou as críticas relacionadas à chegada de médicos cubanos ao país na época e chegou a se desculpar com os profissionais.
“A maioria das pessoas pobres deste país ainda morre sem ser atendida pelo tal do especialista, que podia ser a coisa mais comum, mas não é”, destacou.
“Somente quem mora na periferia das grandes cidades, em cidades pequenas no interior, sabe o que é a ausência de um médico, uma pessoa começar com uma pequena dor de cabeça e vir a falecer porque não tinha ninguém para fazer uma consulta”.
Sendo assim, a previsão é que, até dezembro, cerca de 28 mil profissionais se fixem no país, sobretudo em áreas de extrema pobreza.
Com isso, a estimativa é de que 96 milhões de pessoas tenham garantia de atendimento médico na atenção primária, considerada porta de entrada do SUS.
Esse primeiro atendimento, em unidades básicas de saúde, permite o acompanhamento, a prevenção e a redução de agravos na saúde.
Quem pode participar?
Cabe mencionar que podem participar dos editais do programa Mais Médicos para o Brasil, os profissionais brasileiros e intercambistas, brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com registro do Ministério da Saúde.
Como mencionado, os médicos brasileiros formados no Brasil terão preferência na seleção.
Além disso, um dos desafios no atendimento às regiões de difícil acesso, identificado já à época do lançamento do programa, é a permanência dos profissionais nessas localidades.
Dados do próprio ministério mostram que 41% dos participantes desistem em busca de capacitação e qualificação.
Então, com o objetivo de reduzir essa rotatividade e garantir a continuidade da assistência, médicos que participam do programa poderão fazer especialização e mestrado por um período de até quatro anos.
Ainda mais, os profissionais também passarão a receber benefícios, proporcionais ao valor mensal da bolsa, para atuar nas periferias e em regiões remotas.
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Licença-maternidade e paternidade
No caso de médicas, haverá ainda uma compensação para atingir o mesmo valor da bolsa durante o período de seis meses de licença maternidade, complementando o auxílio pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Já para os participantes do programa que se tornarem pais, será garantida licença com manutenção de 20 dias.
Fies e o Programa Mais Médicos
Por fim, profissionais formados por meio do Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e que participarem do programa também poderão receber incentivos que auxiliem no pagamento da dívida.
De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, que participou da solenidade de retomada do programa, o bônus para profissionais que cursaram medicina e que tiveram contratação pelo Fies poderá chegar a 80% do valor das bolsas pagas pelo Mais Médicos pelo Brasil.
“É um estimulo porque foi detectada grande rotatividade”, reforçou.
Com informações da Agência Brasil
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