O governo montou uma força tarefa que tem como foco evitar que o deputado Osmar Terra (MDB) de participar da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que diz respeito aos atos de 08 de janeiro. Na data em questão, apoiadores radiciais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
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Ligado ao ex-presidente Bolsonaro, Osmar Terra pediu ao líder do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) na Câmara dos Deputados, Isnaldo Bulhões (AL), a indicação para que ele possa fazer parte do colegiado.
Todavia, de acordo com informações do canal “CNN Brasil”, noite desta segunda-feira (01), fontes ligadas Isnaldo Bulhões disseram que ele conversou, via mensagem de texto, com os deputados da sigla e disse que o MDB só irá indicar para a única vaga de titular que terá direito na comissão um parlamentar considerado mais “neutro”.
Nesse sentido, ele deixou claro que a intenção é indicar Rafael Brito, tido pelo MDB como um parlamentar de centro. Apesar disso, a informação é que Osmar Terra ainda não teria desistido da indicação e, nessa esteira, estaria aguardando a definição final, que deverá sair até terça-feira (02).
Já no Senado, existe um acordo que afirma que a relatoria do colegiado deve ficar com alguém do MDB. Desde o início da colheita de assinaturas para a instauração da comissão, Renan Calheiros (AL) começou a se movimentar para ficar com o cargo, em uma atitude parecida com a adotada na CPI da Covid-19 – ele foi o relator da comissão que tinha como foco apurar as ações e omissões do governo federal durante a pandemia.
Hoje, o nome de Renan Calheiros não é bem visto, por exemplo, por seu adversário regional, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Nesse sentido, a tendência é que o Palácio do Planalto e o partido adote uma postura similar à adotada na Câmara, indicando assim um senador mais neutro. O favorito é o Senado, Eduardo Braga (AM) – mesmo assim, Renan Calheiros deverá ficar ao menos com a outra vaga da legenda no colegiado pelo Senado.
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