Renan Filho, ministro dos Transportes, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo federal pretende realizar, até 2026, 35 leilões no setor. De acordo com o chefe da pasta, com o objetivo de viabilizar esses investimentos, será preciso reduzir a taxa básica de juros que, atualmente, está em 13,75%, o maior patamar desde 2017.
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“Esperamos fazer 35 leilões nesses quatro anos, por isso é fundamental a queda na taxa de juros para a gente fortalecer a aplicação de recursos públicos e fortalecer também a atração de capital privado, somando esforços”, disse ele.
Em outro momento, o chefe da pasta ainda citou a apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso como um fator importante para a redução da taxa básica de juros, a Selic. Hoje, o texto ainda não foi aprovado, sendo que a votação na Câmara dos Deputados está prevista para agosto, depois do recesso parlamentar.
“Com a política fiscal estabelecida pelo governo, a gente está derrubando juros, com a queda também da inflação, que abre esse espaço. E essa queda de juros vai facilitar a atração de capital privado”, declarou o ministro durante entrevista à revista Exame.
De acordo com Renan Filho, existe a expectativa de que os juros futuros do mercado financeiro sejam reduzidos – atualmente, os economistas estimam a taxa básica de juros em 9,5% em 2024, 9% em 2025 e 8,75% em 2026.
Além disso, existe uma pressão para que a taxa Selic seja reduzida em agosto. Na última semana, o governo conseguiu emplacar dois nomes na diretoria do Banco Central: o funcionário de carreira da instituição, Ailton Aquino, e o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.
Conforme Renan Filho, o intuito do ministério é reduzir, nos próximos dois anos, o nível de rodovias consideradas ruins ou péssimas, de 66% para cerca de 20% a 25%. “Com esse incremento de investimento [público, no orçamento do ministério], vamos fazer um ponto de inflexão. Vamos voltar a melhorar e esperamos, nos próximos 24 meses, ter no máximo 20% a 25% de rodovias com nível ruim ou péssimo”, disse ele. Em outro momento, ele revelou que, dos cinco leilões previstos no ano, três já foram publicados, sendo eles:
- Lote 1 do Paraná: Trechos das BRs 277, 373, 376 e 476, além das rodovias estaduais PR 418, 423 e 427;
- Lote 2 do Paraná: Trechos das BRs 153 e 277, mais 9 rodovias estaduais;
- Trecho da BR-381, em Minas Gerais, conhecido como “rodovia da morte”.
De acordo com o ministro, a concessão em conjunto de um pacote de trechos federais e estaduais “é uma inovação, garante eficiência, reduz rota de fuga, barateia para quem usa rodovia e permite um investimento muito mais robusto”. Em outro momento, ele relatou que os dois leilões do Paraná são os certames com maior volume de investimentos da América Latina – os dois primeiros lotes preveem investimentos de R$ 18 bilhões.
“Esse modelo é um modelo que precisa ser perseguido e a gente deseja fazer isso em outros estados. Já temos estudos em Goiás, Santa Catarina, Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, para outros leilões”, afirmou ele, que explicou que o trecho da BR-381, cujo edital foi publicado na última sexta-feira (07), deve contar com investimento público para amortizar o risco.
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