O Governo Federal tem intenções de aumentar o Salário Mínimo para R$ 1.421 no próximo ano. Essa projeção segue a fórmula de ajuste estabelecida pela política de valorização, a qual engloba o índice de inflação do ano anterior somado à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Este último baseado no crescimento de 2,9% registrado em 2022.
Esses valores serão utilizados como base para a formulação da proposta de Orçamento para 2024. Assim, ela será submetida pelo governo até o final de agosto deste ano. No presente momento, o salário mínimo nacional está fixado em R$ 1.320, após uma atualização implementada por Lula a partir de 1º de maio. Durante a campanha eleitoral, o presidente comprometeu-se a reintegrar a política de valorização que vigorou durante gestões anteriores do Partido dos Trabalhadores (PT).
A Medida Provisória (MP) que determina o aumento foi aprovada na comissão mista encarregada de avaliar o texto, nesta terça-feira (8). Assim, o relatório, aguardando confirmação nos plenários da Câmara e do Senado, incluiu a política de valorização do salário mínimo, após um acordo ser alcançado com o governo.
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Aumento do salário mínimo e Imposto de Renda
Adicionalmente, a Medida Provisória também incorporou o aumento da isenção do Imposto de Renda para indivíduos com rendimentos de até R$ 2.640. Então, para contrabalançar as perdas resultantes desse ajuste, a proposta sugere a tributação de ganhos provenientes de investimentos no exterior, entre outras medidas.
Também é importante ressaltar que o valor definitivo do salário mínimo pode variar até a sua implementação em 1º de janeiro de 2024. Isso especialmente em virtude de flutuações potenciais na taxa de inflação. Assim, a estimativa atual do governo prevê um aumento de 4,48% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ao longo de 2023.
No momento da apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2024 em abril, o governo considerava um salário mínimo de R$ 1.389, calculado com base em uma inflação de 5,2%, ainda sem incluir a política de valorização proposta em maio.
Com a submissão da proposta, o Executivo estimou um acréscimo de R$ 18,1 bilhões nos custos para o próximo ano, com o intuito de abranger o reajuste adicional. Mais de metade das despesas federais são influenciadas pelo dinamismo do salário mínimo. Conforme detalhado no PLDO, cada aumento de R$ 1 no salário mínimo acarreta um incremento de R$ 3,9 bilhões nos dispêndios relacionados aos benefícios equivalentes ao piso, excluindo aqueles que ultrapassam o valor mínimo.
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Próximos passos
Embora o projeto de lei ainda esteja pendente de aprovação pelo Congresso, o governo já pode incorporá-lo na formulação do orçamento. Além disso, na ausência de uma diretriz específica para o assunto, o presidente tem a prerrogativa de propor um aumento superior à inflação, desde que haja recursos disponíveis.
O renascimento da política de valorização do salário mínimo, conforme proposto por Lula, pode gerar complicações na realização das metas do plano fiscal delineado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Interrogações acerca da viabilidade econômica e sua relação com os gastos são trazidas à tona.
É plausível que o incremento real do salário mínimo ultrapasse o limite de crescimento das despesas, uma vez que a porcentagem excede o teto de 2,5%. Em um cenário almejando a aceleração do PIB, perseguido por Lula, a disparidade entre o aumento do salário mínimo e a regra fiscal pode se acentuar, uma vez que os vencimentos e benefícios continuariam ultrapassando o limite de correção.
Em circunstâncias em que um gasto cresce mais rapidamente do que o aumento do teto, outras despesas devem ser ajustadas proporcionalmente para equilibrar o orçamento. Esse cenário guarda semelhanças com o que ocorreu sob o teto de gastos, uma norma fiscal implementada durante o governo de Michel Temer (MDB) e criticada pelo PT. Apesar de restringir o crescimento das despesas, o teto não permitia correções acima da inflação, mostrando-se insustentável em poucos anos diante das pressões por incremento de gastos.
No contexto atual, o arcabouço delineado por Haddad oferece uma maior margem de flexibilidade no orçamento, ao contemplar o espaço adicional proporcionado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada na transição governamental e permitir ajustes acima da inflação.
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No que o aumento do salário mínimo interfere?
O aumento do salário mínimo tem um impacto significativo em diversos aspectos da economia e da sociedade. Aqui estão algumas das áreas em que o aumento do salário mínimo pode interferir:
- Renda dos Trabalhadores de Baixa Renda: O aumento do salário mínimo diretamente beneficia os trabalhadores de baixa renda, proporcionando-lhes uma renda maior. Isso pode melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores e suas famílias, ajudando a reduzir a pobreza e a desigualdade.
- Consumo e Demanda: Um aumento no salário mínimo coloca mais dinheiro nas mãos dos trabalhadores, o que geralmente leva a um aumento no consumo. O aumento do consumo pode impulsionar a demanda por bens e serviços, beneficiando setores da economia que dependem do consumo interno.
- Inflação: O aumento do salário mínimo pode ter um impacto na inflação, pois os custos de mão de obra para as empresas podem aumentar. Isso pode levar a aumentos nos preços de bens e serviços, especialmente em setores que empregam muitos trabalhadores de baixa renda.
- Custo para Empregadores: Empregadores que dependem de mão de obra de baixa renda podem enfrentar maiores custos de folha de pagamento devido ao aumento do salário mínimo. Isso pode afetar a lucratividade das empresas, especialmente as de pequeno porte.
- Taxa de Desemprego: Em teoria, um aumento significativo do salário mínimo pode potencialmente levar a uma redução na contratação de novos trabalhadores, já que os custos de contratação podem aumentar. Isso pode afetar a taxa de desemprego, embora o impacto real varie dependendo de outros fatores econômicos.
- Desigualdade de Renda: O aumento do salário mínimo pode contribuir para a redução da desigualdade de renda, uma vez que os trabalhadores de baixa renda recebem um aumento proporcionalmente maior do que os trabalhadores de renda mais alta.