O Governo Federal tem se empenhado na preparação do lançamento de títulos do Tesouro Nacional com o objetivo único de complementar a renda da aposentadoria de pessoas físicas. A iniciativa visa possibilitar a compra de títulos pela plataforma do Tesouro Direto, desde que exista uma poupança acumulada por longos períodos.
A intenção é para que a operação seja simplificada, bastando que o interessado se manifeste sobre o valor que pretende receber pela aposentadoria e por quanto tempo. A partir daí será possível saber o real valor do investimento neste papel a longo prazo.
Estudos relacionados aos títulos para a aposentadoria ainda estão na etapa inicial. No entanto, de acordo com o Ministério da Economia, a estratégia tem foco no lançamento de novos produtos no mercado em meados de 2022, em meio às celebrações em alusão ao aniversário de 20 anos do Tesouro Direto.
A proposta recebeu o apoio de especialistas em Previdência Social, como Fabio Giambiagi, Arlete Nese, Maurício Leister e Andre Dovalski. Todos se manifestaram em um tempo para debate publicado pelo Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), no início deste mês de dezembro.
A criação dos títulos para a aposentadoria visa lançar uma alternativa capaz de estimular e agilizar o planejamento da aposentadoria, em virtude da necessidade de reformas constantes no regime de previdência social, com consequente redução no valor dos benefícios. Hoje, existem cerca de 17 milhões de contratos de previdência privada no mercado, segundo este estudo.
Os planos poderiam continuar mais atraentes para o poupador que tem a intenção de adquirir um produto exclusivo e personalizado. Na oportunidade, o texto diz que, ao mesmo tempo, o título público previdenciário atenderia uma camada da população que não possui educação financeira suficiente para tomar uma decisão consciente sobre previdência privada e “ou não tem capacidade contributiva que lhe permita acessar planos de previdência privada com taxas administrativas atraentes”.
Para se ter uma noção de como os títulos funcionarão, a ideia é para que uma pessoa com renda mensal de R$ 5 mil durante 20 anos teria que fazer aplicações no título do Tesouro Direto Previdência durante 40 anos, considerando um cenário de juros reais de 3%. Mês a mês, a contribuição teria que ser de R$ 1.322, para no final de quatro décadas, reunir um capital aproximado de R$ 987 mil.