Integrantes da cúpula do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), avaliam que não basta o chefe do Executivo somente ficar dizendo sobre estudos de privatização da Petrobras. Para esses aliados, é preciso adotar medidas que visam evitar novos aumentos no preço do diesel. Isso, ao menos para os setores que mais sofrem por conta desses reajustes.
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A informação sobre as opiniões dos aliados de Bolsonaro foi revelada nesta segunda-feira (16) pelo jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”. Ainda de acordo com o comunicador, assessores do chefe do Executivo afirmam que a missão de agir será de Adolfo Sachsida, novo ministro de Minas e Energia.
Hoje, dentro do governo, existem quem defenda ao menos a concessão de um subsídio que atenda categorias como caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativos. Caso direcionada apenas para essas pessoas, a medida custaria menos do que uma ajuda generalizada aos consumidores de diesel e gasolina.
No entanto, a medida ainda é uma incógnita, visto que, ex-membro do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida já se posicionou contra a concessão de subsídios para controlar os aumentos dos preços de combustíveis enquanto esteve na pasta.
Isso porque, na visão do ministro, a medida causa um efeito pequeno na bomba, fazendo com que o preço suba, por exemplo, em casos de um cenário negativo no mercado externo. “Além do subsídio, outra proposta é utilizar os dividendos da Petrobras para segurar o aumento do diesel pelo menos”, explica Valdo Cruz.
Neste caso, revelou o jornalista, ao invés de repassar os dividendos para a União, os recursos ficariam para a estatal cobrir custos com a retenção de um aumento de preço. Na semana passada, a empresa brasileira anunciou que distribuiria mais de R$ 40 bilhões de dividendos. Deste total, cerca R$ 14 bilhões vão para os cofres públicos.
Todo esse discurso de que é preciso agir acontece porque, dentro do governo, existe a avaliação de que o anúncio sobre os estudos para uma eventual privatização da Petrobras tem um fôlego curto. Além disso, o processo é demorado e não tem impacto nenhum sobre os preços no curto prazo.
Por conta disso, há a defesa da adoção de medidas para segurar novos aumentos de combustíveis, pois eventuais novos aumentos podem impactar diretamente nos planos de Bolsonaro de ser reeleito neste ano.
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