O Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou nesta quinta-feira (27) que tem planos de implementar a telemedicina para perícias médicas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a partir de 2024.
“Nosso objetivo é aprimorar esse sistema para disponibilizá-lo à sociedade brasileira a partir de 2024. A ideia é programar e organizar a telemedicina para que ela funcione de forma mais eficiente até lá”, declarou ele em uma entrevista ao g1.
Lupi ressalta que a telemedicina será especialmente útil para pessoas que residem distantes de agências com peritos disponíveis para atendimento e que enfrentam dificuldades em se deslocar para realizar a perícia médica.
Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social
Em 18 de julho, o governo lançou o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS) com o objetivo de reduzir o número de pessoas aguardando atendimento no INSS. O programa tem duração inicial de nove meses, com a possibilidade de prorrogação por mais três meses.
Segundo os dados referentes a junho, a fila conta com aproximadamente 1,79 milhão de pessoas aguardando perícia médica ou análise administrativa de seus processos.
A distribuição dos pedidos na fila de espera, de acordo com o tempo, é a seguinte:
- Até 45 dias: 36% dos pedidos;
- De 46 a 90 dias: 24%;
- De 91 a 180 dias: 27%;
- De 181 a 365 dias: 11%;
- Mais de 365 dias: 2%.
Em entrevista ao g1, Carlos Lupi informou que o ministério está organizando a adesão voluntária dos funcionários do INSS e peritos médicos ao programa.
De acordo com os dados do ministério, nos anos de 2023 e 2024, serão destinados R$ 129,9 milhões anuais em pagamentos de serviços extraordinários para os servidores que optarem por participar do programa. O programa também estabelece metas de desempenho para os pagamentos.
A próxima etapa do PEFPS será a priorização da fila, começando pelos pedidos com o maior tempo de espera. Lupi declarou: “Vamos começar pela fila mais longa, ou seja, aquelas pessoas que estão esperando há um ano por atendimento, para que até dezembro possamos chegar aos 45 dias que a lei permite. É o ideal? Não. Mas considero que atingiremos esse prazo de 45 dias até dezembro.”
Telemedicina e sua praticidade
Aprovada em meio à pandemia de coronavírus em 2020, a telemedicina evoluiu além de ser apenas uma alternativa de atendimento médico para momentos de crise. Atualmente, após três anos de sua regulamentação, esse formato continua sendo uma opção ágil e focada na praticidade.
A telemedicina oferece a capacidade de superar barreiras geográficas, proporcionando acesso rápido a profissionais de saúde e se tornando uma solução viável para a prestação de cuidados médicos em regiões remotas e para a população em geral. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), a quantidade de atendimentos realizados por meio desse formato aumentou consideravelmente. Somente durante o ano de 2020, foram registradas cerca de 5,4 milhões de consultas virtuais no país.
Essa crescente popularidade da telemedicina no Brasil se deve a uma série de vantagens oferecidas por essa modalidade de atendimento, conforme destaca Mara Nasrala. Entre os principais benefícios estão o acesso ampliado, o monitoramento remoto e a agilidade nos serviços prestados.
Sob a perspectiva da agilidade, os pacientes podem marcar consultas e receber atendimento médico sem precisar se deslocar até um consultório físico, o que economiza tempo e torna o processo mais conveniente, especialmente para pessoas com dificuldades de mobilidade ou agendas ocupadas.
Outro aspecto relevante é o monitoramento remoto, algo antes impensável no cenário pré-pandemia. Por meio da telemedicina, os médicos podem acompanhar a evolução de pacientes crônicos ou em recuperação de forma remota, reduzindo a necessidade de visitas frequentes ao consultório.
Um exemplo é o caso do Help Já, onde a telemedicina é essencial para o atendimento domiciliar ou pré-hospitalar, permitindo um acompanhamento mais eficiente e personalizado, o que garante uma melhor qualidade de vida para os pacientes, conforme ressalta a diretora executiva.