Difícil pensar em um lar sem uma geladeira, não é? No entanto, é um produto de preço elevado, e se torna o sonho de consumo de muitos brasileiros. E veja, nem estamos falando daquelas versões mais modernas e cheias de diferenciais.
Mesmo um modelo básico, não é barato, e isso faz com que muitas famílias tenham que parcelar a perder de vista.
Contudo, a situação pode ficar ainda mais complicada.
Siga a leitura para ter os detalhes.
Preço da geladeira pode aumentar significativamente
A saber, o preço mínimo das geladeiras comercializadas no Brasil pode chegar a R$ 5 mil a partir de mudança promovida pelo Governo Federal.
Cabe mencionar que a previsão é da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), entidade que representa as maiores empresas do setor.
Isso acontece após mudanças nas regras de eficiência energética dos produtos. A ideia do Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, é melhorar em 17% o nível de eficiência dos produtos.
Em suma, a Resolução nº 2, de 23 de novembro de 2023, do Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores, prevê duas etapas de implementação para a nova meta. O primeiro momento inicia em 2024, com previsão de consumo padrão de energia em 85,5%, com término em 2025.
Segundo avaliação da Eletros, as mudanças promovidas pelo MME devem contribuir para a elitização das opções de refrigeradores.
No entanto, o impacto que vem sendo criticado é que os novos índices de eficiência eliminarão cerca de 83% dos refrigeradores atualmente vendidos no Brasil.
Sendo assim, a partir de então, a comercialização predominante será de produtos considerados de alto padrão, custando em média de 4 a 6 vezes o salário mínimo nacional.
Além disso, outro ponto criticado é que a nova norma se soma à outra de conteúdo similar do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), já em vigor desde 2021.
Dificuldade no acesso
A combinação de diversos fatores, tais como a alta inflação e juros elevados, além do aumento dos custos de produção e logística, fez com que o consumo de geladeiras pelas famílias mais pobres tenha caído nos últimos 10 anos.
De acordo com dados da Eletros, a participação das classes C, D e E nas vendas de geladeiras diminuiu de 36% para 11% na última década.
“É importante que se coloque que a indústria oferece ao mercado hoje produtos a partir de R$ 1,5 mil até R$ 30 mil. A medida do MME estabelece que só poderão ser fabricados e comercializados no Brasil produtos que atinjam aquela meta, atualmente são aqueles que custam pelo menos entre R$ 4 mil e R$ 5 mil”, pontua Jorge Nascimento, presidente da Associação.
Inclusive, Jorge destaca que todos os produtos da faixa de preço entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil devem ser extintos em 2026.
Na avaliação do presidente da Eletros, o efeito danoso seria grande, pois não contribuiria para que maior parte da população consiga trocar os refrigeradores antigos, que são menos eficientes energeticamente e mais poluidores.
Por fim, outro fator negativo é de que, como o prazo para início do plano é curto, muitos equipamentos guardados em estoque que estejam na lista de produtos que não se adequem ao que prevê o MME, precisarão ser descartados sem ir ao mercado, através do processo de logística reversa.