O novo governo deve reabrir, nos próximos meses, a embaixada brasileira na Venezuela. Lula, mencionado recentemente em um discurso de Nicolás Maduro, defende uma integração com diversos países da América do Sul, o que inclui os venezuelanos. O petista quer reabrir as relações comerciais e políticas com o país vizinho. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo.
Segundo o jornal, Lula deve enviar, nos próximos dias, Flávio Macieira para o país vizinho. As relações entre Brasil e Venezuela se acirraram nos últimos 4 anos, seja por diferenças ideológicas dos governos, seja pela forte migração de venezuelanos por Roraima.
Reabertura da embaixada marca um novo capítulo
O novo governo enviará Flávio Macieira à Venezuela para iniciar o processo de reabertura da embaixada do Brasil no país. O fato marca um novo capítulo nas relações internacionais do Brasil. Segundo especialistas, o último governo não teve tanta abertura internacional e atacou, explicitamente, os governos de Venezuela, Argentina e Chile. Com a eleição de Lula, as relações com esses países serão retomadas.
Além disso, vale ressaltar que as relações com a Venezuela, formalmente, já estão retomadas. Segundo os bastidores de Brasília, Lula teria determinado a volta da diplomacia brasileira com a venezuelana. Maduro não veio à posse do novo presidente. No lugar dele, vieram funcionários do alto escalão do país, como o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez. O governo não informou o motivo.
Apesar da retomada das relações, a Folha afirmou que ainda não existem cotados para o cargo da diplomacia no país. Além disso, a reportagem destaca que a embaixada não será a única presença oficial do Brasil no país. Isso porque existirá, também, a abertura de consulados. Atualmente, um consulado está aberto em Santa Elena do Uairén. A Venezuela possui embaixada no Brasil.
Lula mira no Mercosul em seu novo governo
Os governos de Lula são marcados pela forte integração econômica e política com os países da América do Sul. Isso porque, durante seus dois primeiros mandatos, o governo emprestou dinheiro para obras, em países considerados de esquerda, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, segundo fontes do Planalto, essa política deve voltar.
Em discurso na Assembleia Nacional da Venezuela, Nicolás Maduro mencionou conversas que teve com diversos líderes. Explicitamente, o presidente do país disse que conversou com Lula, Alberto Fernandez (Argentina) e Gustavo Petro (Colômbia) sobre a formação de um “bloco político”. “Eu estava conversando com o presidente Lula da Silva por telefone outro dia. Eu falei pessoalmente com Gustavo Petro e Alberto Fernández. Está chegando um momento novo, um momento especial, para juntar os esforços e caminhos do povo da América Latina e Caribe, para avançar na formação de um poderoso bloco de forças políticas”, disse Maduro.
Além disso, desde dezembro a imprensa argentina dá como fechada uma operação de crédito do Brasil para a Argentina. Segundo reportagens do país, o governo Lula emprestaria em torno de US$368 milhões aos argentinos, para o financiamento de obras de infraestrutura. Contudo, especialistas criticaram a medida, principalmente pelo fato de a Argentina estar com graves problemas na economia.