A equipe que cuida transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está estudando a possibilidade de transferir do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Polícia Federal (PF) a função de promover a segurança do presidente da República. De acordo com informações do portal “G1”, a ideia vem sendo defendida por pessoas que integram o grupo de segurança pública da transição, mas encontra resistência entre generais da reserva próximos de Lula, pois isso, na visão deles, poderia representar um desprestígio para as Forças Armadas, visto que o GSI é hoje controlado por militares.
Atualmente, o GSI fica sediado no Palácio do Planalto e tem como responsabilidade a segurança do presidente, a análise de questões com potencial de risco e ainda a coordenação de atividades de inteligência federal. Segundo o “G1”, integrantes da cúpula de Lula também defendem retirar da pasta a ascendência sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ainda o status ministerial, em uma mudança que seria motivada por uma questão de “cautela”.
Isso porque, dirigentes petistas avaliam que as entidades estão hoje alinhadas com o presidente Jair Bolsonaro (PL), sempre muito influente com os integrantes das Forças Armadas durante o seu mandato – a pasta, em 2015, perdeu seu status ministerial por uma decisão da até então presidente Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, o ministério foi incorporado pela Secretaria de Governo, uma movimentação desfeita durante o governo de Michel Temer (MDB), em 2016.
De acordo com o “G1”, integrantes do time de Lula acreditam que remover novamente o status de ministério da pasta serviria como um gesto político, visto que o segmento militar ampliou a sua participação no primeiro escalão do governo federal durante a gestão de Bolsonaro.
Hoje, a ideia é mostrar que a gestão Lula irá contrapor o que ocorreu na atual administração, promovendo uma Esplanada dos Ministérios formada apenas por nomes civis. Apesar da ideia, ainda existe o receio de que o gesto possa ser interpretado como um revanchismo pelo Alto Comando das Forças Armadas, criando assim resistência desnecessária com o novo governo.
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