O governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve voltar a cobrar uma tarifa por conta do etanol importado dos Estados Unidos. De acordo com uma matéria do jornal “Folha de São Paulo” publicada neste sábado (28), a medida tem sido sinalizada em reuniões entre a gestão petista e o governo americano.
Lula busca aproximar governadores do governo federal
“Integrantes do time de Lula já sinalizaram em reuniões com o governo dos Estados Unidos que a suspensão de tarifa de 18% aplicada sobre o etanol importado deve ser encerrada em breve”, publicou o jornal neste sábado, explicando ainda que o tema tem sido tratado pelo Ministério da Agricultura, pasta comandada por Carlos Fávaro.
Em março do ano passado, com a justificativa de que a medida iria ajudar na redução da inflação, o governo do até então presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a suspensão da cobrança dessa taxa, em uma decisão que foi comemorada por grandes produtores norte-americanos, mas, por outro lado, duramente criticada pelos brasileiros.
Em um primeiro momento, essa suspensão iria valer até dezembro do ano passado. Todavia, no final do ano, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão vinculado ao Ministério da Economia, acabou prorrogando a suspensão da tarifa até março de 2023, deixando assim a decisão de continuar ou não com a suspensão na mão da administração de Lula.
Hoje, segundo a “Folha de São Paulo”, acredita-se que a gestão do atual presidente encerre essa suspensão antes do prazo final. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo e os empresários brasileiros do setor ficaram muito insatisfeitos com a decisão de Bolsonaro de zerar a taxa de importação. Isso porque, para esses executivos, o país é autossuficiente no combustível.
Com a retomada da tarifa, Lula fará um aceno positivo ao segmento sucroalcooleiro do agronegócio. O setor foi um dos que mais apoiou Bolsonaro nos últimos anos. Por conta disso, a tentativa do atual presidente é melhorar a relação com o segmento, um dos mais importantes economicamente para o país.
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