Buscando melhorar os indicadores econômicos, o governo federal vem preparando o lançamento, para ainda esta semana, de o que vem sem chamado “pacote de bondades”. A ideia é que o governo injete dinheiro na economia, buscando reaquecimento do mercado interno, que anda bastante pressionado pelas questões da pandemia e também da guerra na Ucrânia.
Segundo informações do próprio governo, será injetado aproximadamente R$165 bilhões na economia, em um pacote que inclui a liberação de recursos do FGTS, antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, bem como a criação de um programa de microcrédito digital e a expansão de empréstimos consignados.
O programa vem sendo elaborado pelo ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, onde tem sido batizado de ‘Programa de Renda e Oportunidade’. O objetivo é que estes recursos cheguem na mão dos trabalhadores até o final deste ano. O programa deverá ser anunciado em um evento no Palácio do Planalto como parte de outros anúncios que o Governo Federal irá fazer nos próximos dias.
Milhões serão beneficiados com medida
A estimativa é que sejam beneficiados cerca de 31 milhões de aposentados e pensionistas, que terão a antecipação das duas parcelas do 13º entre abril e maio. Além disso, a liberação do saque emergencial do FGTS deve chegar a 44 milhões de trabalhadores, onde os saques deverão ser de valores até R$1000,00.
As medidas estão previstas no Orçamento de 2022. No caso do INSS, houve apenas uma mudança no calendário de pagamento. Já em relação aos recursos relacionados ao FGTS, estes sairão das contas dos próprios trabalhadores.
O pacote segue a mesma linha adotada nos últimos dois anos, onde o governo anunciou também a antecipação do décimo terceiro para ajudar a aquecer a economia, bem como a liberação do auxílio emergencial, que gerou um ganho considerável na economia.
Governo também mira as eleições
A pressão que a guerra na Ucrânia vem exercendo sobre a já enfraquecida economia brasileira ligou o alerta no governo federal. Entre vários pontos, a crise gerada pelo aumento do preço do combustível tem gerado enorme insatisfação entre a população e até mesmo entre alas políticas que apoiam o governo Bolsonaro.
Com isso, o governo vem adotando estratégias para conter tal insatisfação, anunciando pacotes para amenizar os problemas gerados. Contudo, em relação aos combustíveis, o governo tem enfrentado certos problemas devido às medidas poderem ferir o teto de gastos.
Sendo assim, em vez de buscar subsidiar o combustível, o governo busca uma saída que envolva a mudança na política de preços adotada pela Petrobras, que pareia o valor do petróleo no mercado internacional.
Esta é uma alternativa que, inclusive, é defendida pelos candidatos à presidência, Lula e Ciro Gomes. Contudo, toda essa discussão vem desagradando investidores da petroleira, e seus papéis na bolsa brasileira de valores, a B3, tem sofrido com forte volatilidade nos últimos pregões.
A política de preços adotada pela Petrobras permitiu a ela obter lucro recorde, o que fez que ela anunciasse o pagamento de R$101,4 bilhões em dividendos, inclusive para a União, principal acionista da petrolífera.