O mês de outubro começou com uma iniciativa positiva para o meio ambiente que tem mostrado os reflexos da ação humana. Trata-se da Cédula de Produto Rural (CPR) Verde, denominação criada exclusivamente para intitular o financiamento para a conservação da floresta em pé acima conforme exigido por lei.
Basicamente é uma espécie de pagamento direcionado aos serviços ambientais prestados por produtores em prol da preservação e manutenção da vegetação nativa nas propriedades. A CPR foi criada no ano de 1994, no entanto, a versão “verde” começou a ser regulamentada no início de 2021.
Este regimento é visto pelo Governo Federal como uma espécie de trunfo a ser apresentado na Conferência do Clima das Nações Unidas (Cop 26), que acontecerá na cidade de Glasgow, na Escócia, no mês de novembro. Para o secretário adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire, esta é uma maneira de os investidores enxergarem o Brasil como uma oportunidade de investimento de baixo carbono.
Ao analisar o CPR tradicional, que é um dos principais meios de financiamento privado dos produtores rurais, o profissional tem a possibilidade de antecipar o recebimento de verbas para custear as despesas da safra em troca da promessa de disponibilizar uma parcela da produção, seja ela qual for, por exemplo, milho e soja.
No caso do CPR Verde, ao invés de entregar somente uma parte da produção normal, o produtor rural deverá negociar a manutenção da reserva florestal na respectiva propriedade. Esta atitude deve ser tomada pelas empresas que tiverem o endereço de zerar as emissões de carbono. Em outras palavras, a empresa ou investidor que desejar diminuir a emissão de carbono terá a oportunidade de pagar um produtor rural para manter a floresta nos eixos.
A intenção do Governo Federal é para que o título tenha poder de negociar a preservação de árvores e o sequestro de carbono emitido por elas. Em meio às tratativas de preservação ambiental, o produtor rural também poderá obter uma renda extra, enquanto o investidor poderá negociar os créditos de carbono originados na operação.
O título CPR Verde foi elaborado como uma maneira de compensar o produtor rural pela manutenção da floresta em pé, atitude que já é tomada privativamente por muitos deles. A cédula é uma das mais importantes iniciativas do programa brasileiro de crescimento verde, e deve ser lançada em breve junto a outras ações.
É o que disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida. O político convidou investidores europeus e americanos empenhados em ações de preservação ambiental no Brasil para fazerem parte do investimento. “É um instrumento voluntário, via mercado, entre entes privados”, declarou.