O governo aposta que Caio Paes de Andrade, indicado para a presidência da Petrobras, possa amenizar a tensão vivida por conta dos seguidos reajustes nos preços dos combustíveis. De acordo com as informações, a gestão do chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) vê no indicado o potencial para uma solução de curto prazo que garanta a reeleição do presidente.
Petrobras desmente afirmação de Bolsonaro; entenda
Segundo informações da “TV Globo”, a aposta é que, com Caio Andrade na presidência da estatal, consiga-se trocar a diretoria da Petrobras, garantindo um intervalo entre os reajustes dos combustíveis e até evitando novas altas, pelo menos até o dia 02 de outubro, data do primeiro turno da eleição.
Ainda conforme a emissora carioca, a equipe econômica ressalta que a ideia não é nova e foi, inclusive, discutida na gestão de Castello Branco, primeiro presidente desde que Bolsonaro assumiu a presidência da República.
No entanto, a ideia ganhou força com a proximidade da eleição e também com o surgimento da proposta de alteração na Lei das Estatais. Hoje, informou a “TV Globo”, uma das ideias do governo é espaçar os reajustes em 100 dias, fazendo com que os aumentos aconteçam somente após o primeiro turno, exatamente o que o governo quer.
Nesta quarta-feira (22), Bolsonaro também afirmou que o novo presidente irá mudar a diretoria da estatal. Na ocasião, ele ainda reclamou que Caio Andrade ainda não assumiu o cargo – o nome do novo chefe da empresa precisa ser aprovado pelo conselho. Enquanto isso, um interino fica com o cargo.
“Na segunda-feira, o presidente da Petrobras renunciou. Botaram um interino e o indicado pelo Ministério de Minas e Energia não era ele, era outro cidadão. Era para ser colocado ontem, passou para hoje, daqui a pouco passa para a semana que vem. Qual a ideia desse novo presidente da Petrobras? Obviamente, ele vai trocar seus diretores”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia.
Ainda de acordo com o presidente, essa nova diretoria dará uma nova dinâmica à Paridade de Preços Internacionais (PPI), política que faz com que os preços dos combustíveis no Brasil sejam estipulados levando em conta o valor do petróleo no mercado internacional. “E esses novos vão dar uma nova dinâmica, estudar a questão do PPI. Se for o caso, o próprio conselho muda a PPI”, acrescentou Bolsonaro durante a entrevista.
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