Nessa quinta-feira (19), o Governo Dória anunciou que Rodrigo Maia (sem partido), ex-presidente da Câmara dos Deputados, ficará responsável por projetos de desestatização, acelerando as parcerias público-privadas e as concessões. A decisão foi tomada pouco tempo após o DEM expulsar o ex-presidente da Câmara por conta de um desentendimento com o presidente do partido, ACM Neto, durante a campanha para presidência da Câmara.
A nomeação oficial de Maia como Secretário de Projetos e Ações Estratégicas deve ocorrer amanhã (20), com a devida publicação no Diário Oficial.
Em análise, alguns colunistas disseram que essa nomeação raramente trará bons apoios ao Governo Dória, embora a estratégia do governador de São Paulo seja se fortalecer de alguma forma. Por enquanto, não há como saber qual impacto político essa atitude terá sobre São Paulo e os políticos envolvidos.
Rodrigo Maia
Rodrigo Maia tem 51 anos e está em seu sexto mandato como deputado federal. Comandou a Câmara entre julho de 2016, quando sucedeu Eduardo Cunha (MDB-RJ), e fevereiro de 2021, quando foi sucedido por Arthur Lira (PP-AL). Ele também foi secretário da Prefeitura do Rio de Janeiro de 1997 a 1998.
Após ser expulso do DEM, o deputado perdeu muito poder e credibilidade na política. Há pouco tempo ele disse que não havia condições políticas para o impeachment do Bolsonaro. De acordo com ele, o fato acontece porque ainda há apoio suficiente para impedir que o mandato do chefe do Executivo seja cassado, mesmo que o cometimento de crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente esteja claro.
A fala do deputado foi feita em uma entrevista ao portal “UOL”. Na ocasião, o parlamentar foi questionado sobre o porquê de não ter instaurado um processo de impeachment contra Bolsonaro quando ainda ocupava a cadeira de chefe da Câmara.
Ainda na entrevista ao portal “UOL”, Rodrigo Maia opinou que, no sistema atual de abertura de impeachment contra um presidente, a decisão acaba sendo pessoal, o que acaba prejudicando uma tomada de atitude.
Governo Dória
O Governo de João Dória tem tomado várias atitudes que o destaca e, às vezes, o fortalece de alguma forma. Uma das última boas ações do governador foi abrir uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada. De acordo com o requerimento enviado à Corte, a pasta está devendo pelo menos 228 mil doses do imunizante Pfizer/BioNTech a São Paulo.
Recentemente, o governador João Doria (PSDB) e também o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, já haviam relatado que poderiam entrar na Justiça por contas dos imunizantes faltantes.
Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE-SP) revelou que ingressou com a ação sob o argumento de que a diminuição no envio de doses, uma única vez que seja, quebra o pacto federativo de divisão proporcional à população.
“A ação pede para que seja estabelecida uma regra de transição para a adoção dos novos critérios de distribuição de doses por parte do Ministério da Saúde, além da recomposição dos quantitativos inferiores distribuídos nas últimas entregas, com risco de inexequibilidade do cronograma de vacinação no estado”, disse no comunicado a PGE-SP.