O governo do estado de São Paulo terá de indenizar, por danos morais e materiais, a filha de um sushiman, que foi morto pela Polícia Militar (PM) em novembro de 2018, com cinco tiros nas costas, no momento em que ele estava tendo um surto psicótico dentro do restaurante onde ele trabalhava. A decisão, proferida nesta semana, corre na esfera cível e ainda cabe recurso.
De acordo com as informações da época, o sushiman, identificado como Leandro Santana dos Santos, que tinha 26 anos na época, teve um surto e, com duas facas na mão, estava ameaçando esfaquear seus colegas de trabalho e clientes.
Na época da morte da vítima, o caso ganhou repercussão, pois câmeras de segurança gravaram o momento em que os agentes atiram no sushiman, que estava de costas e nada pode fazer.
Segundo André Henrique, advogado da família, a decisão proferida nesta semana representa uma pensão para o filho de Leandro, que hoje tem três anos. De acordo com ele, que não revelou o valor que o estado de São Paulo terá que pagar à criança, esse benefício de valor fixo será dado até que o menino complete 25 anos.
Em entrevista ao portal “G1”, o advogado afirmou que a decisão serve para mostrar que a justiça está sendo feita de uma forma até rápida. “Temos uma decisão favorável de primeira instância. Isso não substitui a vida de Leandro, mas dá um alento e consolo para a família dele”, disse André.
PMs agiram com excesso, afirma juíza
De acordo com a juíza Liliane Keyko Hioki, da 6ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Central, os PMs agiram com “excesso” no caso, visto que Leandro já estava rendido e desarmado quando foi baleado.
Sendo assim, ainda conforme a magistrada, “pelo excesso”, e também pelo fato de os agentes da PM integrarem uma das forças de segurança do governo paulista, o estado terá que ser responsabilizado pela morte do sushiman.
Morte do sushiman também está na Justiça criminal
Além da esfera civil, o caso também está na Justiça criminal, onde o tenente Felipe Duzzi e o sargento João Henrique Gubolin são réus pela morte de Leandro. Hoje, os dois estão soltos, mas não exercem mais trabalhos nas ruas, limitando-se às atividades administrativas da Polícia Militar.
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