A Ucrânia está pronta para se defender de um iminente ataque da Rússia. Isso é o que afirmou neste sábado (12) Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores do país ao ser questionado sobre as ameaças de uma possível invasão das tropas russas.
De acordo com a agência de notícias “Reuters”, a declaração de Dmytro aconteceu depois que ele teve uma reunião com Anthony Blinken, secretário de Estado dos EUA. Segundo o ministro, ele e o secretário americano discutiram o combate conjunto às ameaças russas.
“Além da ajuda militar, os EUA estão prontos para fornecer maior apoio à economia da Ucrânia”, começou o ministro, afirmando que a Rússia não deve ter dúvidas: a Ucrânia e seus parceiros estão prontos para ações decisivas para proteger o país”.
Essa declaração enfática acontece mesmo após a Rússia ter emitido um comunicado afirmando que não tem planos de invadir o país vizinho. De acordo com Ministério das Relações Exteriores da Rússia, países Ocidentais, como os Estados Unidos, e também a mídia, estão promovendo “mentiras sobre suposta iminência de uma invasão russa na Ucrânia”.
Apesar da afirmação russa, os Estados Unidos alertaram nesta semana que um ataque russo à Ucrânia pode começar a qualquer momento. Por conta disso, o governo americano aconselhou que todos os norte-americanos deixem o país europeu.
Esse não foi o primeiro comunicado nesse sentido emitido pelos Estados Unidos. No final de 2021, o governo americano recomendou que seus cidadãos não fizessem viagens para a Ucrânia por conta da movimentação suspeita de militares russos na fronteira com o país vizinho.
De acordo com os Estados Unidos, as movimentações das tropas russas indicam que o presidente da Rússia, Vladimir Putim, esteja se preparando para uma invasão no país vizinho. Segundo o serviço de inteligência americano, a Rússia poderia ocupar a capital ucraniana antes do fim das Olimpíadas de Inverno da China, que termina no dia 20 deste mês.
O porquê da Rússia querer invadir a Ucrânia
O iminente ataque pode acontecer sete anos após as tropas da Rússia terem anexado ao seu território uma parte da Ucrânia chamada Crimeia, um território com muitos habitantes de origem russa e que pertencia à Ucrânia.
Hoje, o governo de Vladimir Putin quer evitar que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) amplie sua área de influência e se afaste dos países do leste europeu.
Hoje, o país ucraniano não faz parte nem da União Europeia e nem da Otan, mas vem recebendo ajuda militar e financeira desse bloco dos países. Além disso, hoje, estuda-se a possibilidade de a Ucrânia passar a integrar a Otan.
Na visão de Vladimir Putin, a entrada do país vizinho na organização faria com que a região servisse de base para mísseis direcionados para a Rússia. A desconfiança para com a Otan é tanta que, no mês passado, o presidente russo exigiu que a organização retirasse suas tropas da Romênia e Bulgária.
Ambos os países, que são do Leste Europeu, já fazem parte da organização criada pela outra parte da Europa. Na ocasião, os países classificam a exigência do presidente russo como “inaceitável e inegociável”.
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