Documento produzido na época pela diretora de inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, mostra que Anderson Torres, ex-ministro da justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) tinha consigo em suas mãos, uma espécie de “boletim de inteligência” que detalhava os locais onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi mais votado no primeiro turno.
Nesse sentido, segundo uma coluna divulgada pelo jornal O Globo, isso teria sido descoberto pela polícia federal. Com isso em mãos, Anderson teria agido no sentido de colocar em execução uma operação que pudesse atrapalhar a chegada de eleitores aos locais onde a votação do PT teria sido mais expressiva.
Com isso, A então diretora, Marília, teria tentado apagar a versão do documento do seu aparelho de celular. Contudo, o arquivo foi recuperado pela polícia Federal. Além disso, Anderson Torres teria feito uma viagem fora da agenda oficial, em um dos estados com votação mais expressiva para o PT, o qual foi a Bahia.
Número de abordagens no segundo turno cresceu bastante após suposto plano do “governo”
Na viagem que o então ministro da justiça Anderson Torres fez para Bahia, o mesmo estava acompanhado com o então diretor da polícia Federal, Marcio Nunes. Posteriormente, no segundo turno, realizado no dia 30 de outubro, as abordagens da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em ônibus, foram em torno de 70% maiores do que no primeiro turno.
Nesse sentido, só em alagoas, por exemplo, 82 ônibus foram parados pela polícia rodoviária Federal. Naquele período, esse movimento foi entendido por muitos, como uma tentativa de obstruir possíveis votos para o PT de Lula, favorecendo o então presidente Jair Bolsonaro (PL)
Além disso, outro fator interessante é que essas operações ocorreram mesmo após proibições realizadas pelo STF na fígura de Alexandre de Moraes, que proibiu esse tipo de paralisação contra veiculos que tranportassem passageiros e isso foi feito no dia anterior ao das eleições.
Esquerda reagiu nas redes sociais
Nas redes sociais, esse novo desdobramento, relacionando o nome de Anderson Torres aos fatos ocorridos na última eleição, chamou atenção de alguns políticos do atual governo. Por exemplo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que disse que logo Bolsonaro deverá fazer companhia a Anderson Torres na prisão
“GRAVE: O governo usou a estrutura de inteligência estatal para mapear os lugares onde o presidente Lula foi o mais votado e assim deflagrou operações para impedir que as pessoas fossem as urnas no segundo turno.”
Outro que não perdeu tempo foi o deputado André Janones (Avante-MG), este ressaltou também a informação como sendo algo “grave”. Alegando que o governo utilizou de sua estrutura de inteligência para mapear os locais onde o atual presidente Lula foi mais votado. Com isso, utilizando de aparato estatal para impedir que as pessoas pudessem exercer o direito de votar.
“GRAVE: O governo usou a estrutura de inteligência estatal para mapear os lugares onde o presidente Lula foi o mais votado e assim deflagrou operações para impedir que as pessoas fossem as urnas no segundo turno.”