O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) pressiona a Petrobras para que a estatal segure o aumento dos combustíveis até o fim do segundo turno das eleições presidenciais. De acordo com a jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, o pedido acontece mesmo com a situação internacional indicando uma ampliação da defasagem entre o preço do petróleo e os valores praticados no Brasil.
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Segundo a comunicadora, dirigentes da Petrobras relatam que a queda na cotação do petróleo ao longo dos últimos meses ajudou na estratégia de anúncios quase semanais de redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha pela Petrobras, assim como desejava a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro.
Durante a campanha do primeiro turno, Bolsonaro usou como exemplo as reduções e, sempre que elas eram anunciadas, a equipe do presidente fazia uma ampla divulgação. Agora, no entanto, dirigentes da estatal defendem que chegou a hora de subir os preços, visto que, no mercado internacional, o petróleo está voltando a se valorizar.
Nesta quarta-feira (05), a Opep, grupo que compõem os principais países produtores de petróleo do mundo, anunciou um corte na produção, o que teve um efeito instantâneo no preço do petróleo que, segundo analistas, pode ultrapassar os US$ 110 nos últimos dias.
Segundo Andreia Sadi, a campanha de Bolsonaro queria o anúncio de novos cortes nos preços dos combustíveis e gás de cozinha ocorressem. Todavia, dirigentes da Petrobras explicaram que a estatal não pode reajustar para baixo os valores por conta da alta volatilidade internacional – eles relataram, inclusive, pelo risco de ter de anunciar reajustes.
Agora, informa a jornalista, a campanha do presidente pressiona os dirigentes para que, pelo menos, eles não promovam o aumento dos preços dos combustíveis, pois isso poderia ser prejudicial para Bolsonaro, que tenta ser reeleito e ancorou na redução dos combustíveis boa parte da sua propaganda de reeleição.
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