O presidente do PL, partido de Bolsonaro, afirmou que propostas semelhantes à encontrada na casa de Anderson Torres eram comuns entre os apoiadores do presidente. Segundo Valdemar Costa Neto, em entrevista ao O Globo, as minutas de cunho golpista circulavam no entorno do ex-presidente. Segundo, ele “isso tinha na casa de todo mundo”.
A declaração reacende o debate em torno do documento e também da finalidade das manifestações que aconteceram em Brasília. Apesar da confusão, o Jair Bolsonaro segue nos Estados Unidos e não tem volta programa ao Brasil.
As declarações sobre Bolsonaro preocuparam
Especialistas em política se preocuparam ao saber das declarações de Valdemar Costa Neto. O presidente do PL disse que documentos com cunho antidemocrático chegavam com frequência a ele. Segundo o político, as cartas eram enviadas pelos Correios e também entregues a ele em eventos políticos.
“Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”, afirmou Costa Neto. Ele prossegue dizendo que “Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer.”
Na entrevista, Valdemar também disse que Bolsonaro deve voltar ao Brasil na próxima semana. A informação não foi confirmada pelo ex-presidente nem por pessoas próximas a ele. Além disso, o ex-presidente deve liderar o PL e exercer grande influência na oposição.
O atual presidente da sigla também comentou sobre as eleições do Senado. Isso porque ele acredita que Ricardo Marinho (PL-RN) deve ganhar a eleição, segundo Costa Neto. O principal candidato é Rodrigo Pacheco. Por outro lado, na Câmara dos Deputados, Arthur Lira é o grande favorito para ganhar o posto.
Eleições de 2026 já estão no radar
As declarações sobre Bolsonaro não foram as únicas na entrevista. Isso porque Valdemar Costa Neto disse que se o ex-presidente não quiser tentar voltar ao cargo, o partido poderá lançar Michelle Bolsonaro como candidata. Isso porque as falas do presidente do PL sugerem que o Jair é uma pessoa “fraca”, relato bem diferente quando mencionou a primeira-dama.
“Ela tem condições. Ela pode ser candidata até a presidente da República. Ninguém sabe o dia de amanhã”, disse Costa Neto. Michelle Bolsonaro desembarcou no Brasil hoje, 27. A volta dela foi marcada pela ausência do ex-presidente da República, que deve permanecer nos Estados Unidos por mais alguns dias.
Isso porque, nas últimas semanas, fontes próximas a ele afirmam que Bolsonaro tem medo de ser preso no Brasil. Segundo ele, haveria “perseguição política” contra ele por conta de seu mandato. As investigações, lideradas pelo TSE, têm fortes indícios de crimes atrelados ao ex-presidente.