O presidente Jair Bolsonaro tem uma visão 41% desfavorável do seu governo e 38% de avaliações positivas, segundo pesquisa do Ipec encomendada pela Globo e divulgada nesta segunda-feira (10), que ouviu 2.000 pessoas em 130 cidades brasileiras entre 8 e 10 de outubro.
Ao comparar com a pesquisa anterior, a avaliação positiva do governo Bolsonaro subiu 3 pontos percentuais, acima da margem de erro, para cima ou para baixo em dois pontos percentuais. Por sua vez, as críticas negativas flutuam de um ponto para baixo.
Desaprovação do governo Bolsonaro
O Ipec observou que 53% dos brasileiros desaprovam a forma de governo de Bolsonaro, enquanto 43% aprovam. Contudo, os dados da pesquisa também sugerem que Bolsonaro está em melhor forma hoje do que no final do mês passado.
Contudo, a crescente popularidade de Bolsonaro, principalmente entre as famílias de baixa renda, pode estar relacionada à distribuição do Auxílio Brasil, turbinado em R$ 600 e o voucher de R$ 1.000 para caminhoneiros e taxistas, que receberão os pagamentos até cinco dias antes do segundo turno.
Como resultado, o governo irá transferir cerca de R$ 13 bilhões neste mês, visando aumentar ainda mais sua popularidade entre as famílias de baixa renda. A popularidade do Auxílio Brasil, que termina em dezembro deste ano, foi tanta que o Bolsonaro colocou a questão como promessa de campanha, afirmando que, se eleito, pretende manter os R$ 600 no próximo ano.
Erro em pesquisas de opinião
As pesquisas de opinião no Brasil ficaram muito aquém da meta no primeiro turno da eleição presidencial. O atual presidente Jair Bolsonaro e muitos de seus aliados de extrema direita se saíram melhor do que as pesquisas esperavam, pegando analistas desprevenidos e deixando os partidários de seu rival de esquerda chocados.
Bolsonaro não obteve uma desvantagem de 14 pontos conforme previsto pelas pesquisas, mas está apenas cinco pontos atrás de Lula, representando cerca de seis milhões de votos. Alguns dos aliados de direita de Bolsonaro seguiram uma tendência semelhante.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por exemplo, foi reeleito no primeiro turno com 58% dos votos, ante a expectativa da pesquisa de 44% a 47%. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas entrou no segundo turno para governador com 42% dos votos, 11 pontos a mais do que as pesquisas mostraram.
Ataques de Bolsonaro
A discrepância entre as previsões e resultados eleitorais é um grande problema para as instituições de pesquisa e para a própria democracia. Isso certamente prejudicará a credibilidade da análise, pois os números não são mais confiáveis.
Em suma, o presidente Bolsonaro, que há muito procura questionar a precisão das pesquisas, que ele afirma serem de esquerda, agora está usando essa “evidência” para alimentar ainda mais a oposição antes do crucial segundo turno presidencial de 30 de outubro.