O governo federal anunciou o bloqueio do Bolsa Família de 1,2 milhão de pessoas que afirmam que moram sozinhas, mas passaram a receber o benefício durante o período eleitoral, isto é, durante o segundo semestre de 2022.
De acordo com uma nota divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Ministério do Desenvolvimento Social, o grupo terá 60 dias para recadastrar as informações e, desta forma, demonstrar que, de fato, preenche os requisitos para ter direito ao benefício – esse prazo começa a valer a partir desta sexta-feira (14).
Segundo a pasta, o aviso do bloqueio do benefício será enviado pelo aplicativo do Cadastro Único e por SMS. Ainda conforme o ministério, a pessoa que não atualizar as informações ou não comprovar que mora sozinho, poderá ter o benefício do Bolsa Família suspenso de forma definitiva.
Agora, quando o beneficiário que comprovar que, de fato, compõe uma “família de uma pessoa só” e tem direito ao benefício, o governo irá depositar as parcelas que foram bloqueadas. Nos últimos dias, o governo tem enviado mensagens aos beneficiários que estão com Bolsa Família suspenso.
“Mensagem do Bolsa Família: benefício bloqueado por averiguação. Você precisa esclarecer informações do seu cadastro. Se você realmente mora sozinho, procure o setor do Cadastro Único na sua cidade até 16 de junho e atualize seu cadastro para evitar o cancelamento do seu benefício do Bolsa Família. Mais informações: ligue 121 – motivo: ave unipessoal cód. P1-76”, diz o comunicado.
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Esse bloqueio foi determinado após o governo ter identificado uma “explosão” de cadastros de famílias unipessoais em 2022. A suspeita é de que uma boa parte desses novos cartões seja fruto de informações falsas.
No modelo que vigorou até 2021 e foi retomado neste ano, o Bolsa Família oferece um valor-base por família e um adicional por criança e adolescente no cadastro. Em 2023, o valor mínimo do benefício é de R$ 600, sendo oferecido um adicional de R$ 150 por criança de até seis anos na família.
No ano passado, ainda com o nome de Auxílio Brasil, o mínimo de R$ 600 por família. Isso, independentemente do número de pessoas. Por conta disso, a avaliação é que inúmeras pessoas acabaram fraudando o benefício, pois diziam que faziam parte de uma “família unipessoal”, ou seja, na prática, existem casos em que mãe, pai e filho recebem o Bolsa Família, isto é, todos, recebendo R$ 600 cada.
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