O jornalista da “Globo News” Valdo Cruz afirmou nesta sexta-feira (08) que a derrota do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) na quinta (07), na Câmara dos Deputados, quando não conseguiu votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa ampliar os benefícios sociais, torna “operacionalmente difícil” o pagamento adicional de R$ 200 do Auxílio Brasil já neste mês de julho.
Segundo o jornalista, assessores presidenciais ouvidos por ele também relataram que fica complicado acelerar os outros pagamentos que também estão previstos na PEC, como o do vale-caminhoneiro. Valdo Cruz explica que o governo estava tão confiante de que a proposta seria aprovada na Câmara dos Deputados que já havia pedido para que Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, promulgasse a PEC nesta sexta.
Essa pressa teria como foco o pagamento dos novos auxílios e benefícios sociais, o que tende, pelo menos segundo a cúpula de Bolsonaro, a ajudar o presidente a melhorar sua popularidade e, consequentemente, subir nas pesquisas de intenções de votos.
Novos planos no governo
Conforme o jornalista da “Globo News”, uma equipe de técnicos do governo já estava montada e preparando a parte burocrática dos pagamentos para liberar o Auxílio Brasil maior já na semana que vem. No entanto, agora, como a votação será realizada somente na próxima terça-feira (12), ou seja, perde-se uma semana, o governo vê como baixas as chances de antecipar uma das parcelas para o mês de julho.
Essa antecipação já era dúvida, visto que a PEC estabelece cinco parcelas de R$ 200 a partir de agosto e, na visão de especialistas do governo, o adiantamento poderia ser ilegal. Apesar disso, assessores do Palácio do Planalto lembraram que o governo já antecipou pagamentos de parcelas do antigo Auxílio Emergencial e não teve nenhum problema por conta disso.
Adiamento da votação
Na quinta, Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, adiou a votação da PEC porque julgou ser baixo o número de deputados na Casa. 427 dos 513 parlamentares estavam presentes – o governo precisa de 308 votos para avançar com a proposta.
Segundo as informações, o Arthur Lira ficou receoso de que a PEC poderia não ser aprovada. O sentimento veio depois que o governo conseguiu apenas 303 votos, abaixo do mínimo para aprovar a PEC, para a votação de um requerimento de encerramento de discussão.