As maiores empresas de petróleo do mundo competiram nesta sexta-feira (17/12) pela oportunidade de se apoderar de alguns dos campos de petróleo offshore brasileiros mais cobiçados do mundo. O leilão de petróleo em águas profundas, perto da costa brasileira, foi amplamente visto como um teste de demanda da indústria do petróleo por uma transição para a energia verde.
A licitação ocorreu em dois blocos de exploração na zona produtiva do pré-sal, Sepia e Atapu, que já haviam sido licitados no final de 2019, porém sem compradores. Dessa vez onze concorrentes participaram, incluindo Exxon e Shell, bem como empresas brasileiras.
Sobre os blocos de exploração
Sépia
Sépia está localizada na prolífica Bacia de Santos, a uma lâmina d’água de cerca de 2.000 metros na costa do Rio de Janeiro, sendo um campo de um bilhão de barris de petróleo do pré-sal.
A produção do campo de petróleo Sépia teve início em agosto de 2021 por meio de uma unidade flutuante de armazenamento e escoamento da produção (FPSO) com capacidade de produção de 180.000 barris de petróleo por dia.
Espera-se que em um futuro próximo Sépia possa aumentar a capacidade de produção geral, resultando na produção de mais de 350.000 barris de petróleo por dia.
Atapu
O campo de Atapu, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, produziu em junho deste ano 11.176,33 mil barris por dia, sendo o sexto maior campo de petróleo do pré-sal do país, após um ano de produção.
Os depósitos compartilhados de Atapu incluem os campos de petróleo Oeste de Atapu e Atapu, bem como algumas áreas não contratadas com o governo federal. Seu processo de unitização foi concluído em setembro de 2019.
Como foi o leilão?
Dois anos atrás, a chamada oferta “histórica”, levantou US $17 bilhões em vez dos US $26 bilhões esperados, sem a participação de grandes empresas estrangeiras. Para atrair investidores, o governo reduziu em 70% o preço pago pelos direitos dos dois blocos.
Como resultado, os dois blocos foram leiloados por R$ 11,14 bilhões. De acordo com Ricardo Saboia, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), “desta vez, há competição (…) com cinco empresas vencedoras, o que amplia a diversidade dos cenários de exploração e produção do pré-sal no Brasil e traz mais vitalidade ao setor”.
Entre as grandes empresas estrangeiras, TotalEnergies, Petronas e Qatar Petroleum se juntaram à Petrobras para vencer a licitação para desenvolver o campo Sepia no Atlântico Sul, com arrecadação pelo governo de R$ 7,138 bilhões em bônus de assinatura.
Já TotalEnergies e Shell irão trabalhar para explorar as perspectivas de Atapu, com bônus de cerca de R$ 4 bilhões. O governo brasileiro acredita que o leilão foi um sucesso, arrecadando quase US $2 bilhões em despesas totais de grandes empresas de petróleo. O Consórcio Sépia forneceu 37,4% do “óleo lucro”, valor que precisa ser dividido com o governo, e o Grupo Atapu forneceu 31,7%.
Com contrato de 35 anos, as empresas vencedoras vão investir bilhões de dólares no desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural. O Ministro de Minerais e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, afirmou que a produção nacional deve aumentar 12% nos próximos cinco anos.