O Governo Federal aprovou uma medida que permite mais um uso do valor do FGTS. Já mencionada aqui no Brasil123, o texto prevê que o trabalhador possa usar os valores futuros do fundo de garantia (que ainda entrarão na conta) para quitar financiamentos imobiliários ou, ainda, para diminuir o valor da parcela.
Contudo, a medida que busca ajudar as famílias mais pobres, pode se tornar em um legítimo pesadelo. Para entender mais sobre o assunto, vamos mostrar quais são as regras do programa e, posteriormente, vamos mostrar se vale a pena, ou não, aderir a FGTS futuro.
O que é o FGTS futuro?
O FGTS futuro é o adiantamento das parcelas do fundo de garantia para pagar o financiamento imobiliário pelo Casa Verde e Amarela. A medida é voltada apenas para famílias de baixo poder aquisitivo, o que preocupa analistas. Na prática, ele funciona da mesma forma que o empréstimo consignado do Auxílio Brasil, mas usa outro valor.
Isso porque o trabalhador pegará o valor mensal do FGTS para ajudar no valor da parcela. Com isso, se o seu FGTS é de R$160 mensais e a sua parcela é de R$500,00, por exemplo, agora você pagará R$340 mensais e o restante sai do seu fundo de garantia. Dessa forma, em vez de o valor ir para a sua conta, ele vai diretamente para o banco que fez o financiamento.
O programa valerá apenas para as famílias que possuem renda bruta de até R$2,4 mil. Com isso, o acesso a casas financiadas no país deve aumentar, incentivando ainda mais o programa Casa Verde e Amarela.
Apesar disso, o FGTS futuro não está livre de riscos e você deve levar isso em conta antes de contratar o financiamento.
Quais os riscos?
O FGTS futuro tem riscos que podem impactar e muito na sua vida financeira. Isso porque ao descontar o valor do fundo de garantia, você vai ficando com o saldo zerado. Na prática, em caso de demissão, você receberá apenas a multa de 40%, mas não terá mais nada para retirar. Além disso, você precisa ficar atento ao parcelamento.
Isso porque, em caso de demissão, o trabalhador precisará arcar com a parcela de maior valor. Dessa forma, usando o exemplo anterior, você pagaria o valor de R$340 caso esteja empregado, mas em caso de demissão, a parcela começaria a vir no valor de R$500,00. Com isso, além de ficar sem o saldo do FGTS, você também pode perder a sua casa.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que os aderentes à modalidade poderão ficar até seis meses sem pagar parcelas em caso de demissão. Com isso, seriam os bancos que assumiriam os riscos da operação. Contudo, você teria apenas esse prazo para conseguir um emprego, o que pode não acontecer.
Por isso, especialistas sugerem que os trabalhadores que querem usar o FGTS futuro se planejem financeiramente para evitar surpresas em caso de demissão. Além disso, o programa tem um prazo de 3 meses para começar a entrar em vigor no país.