O Ministério da Economia anunciou nesta quarta-feira (11) o corte no imposto de importação de 11 produtos. A decisão acontece em meio à disparada da inflação no Brasil e tem como objetivo atenuar o forte aumento de preços verificado nos últimos meses.
Inflação no Brasil alcança maior nível para o mês de abril desde 1996
De acordo com as informações, a medida não garante que haverá a queda de preços no Brasil ou que um eventual desconto chegue nos consumidores finais brasileiros. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, em entrevista à “Globo News”, também se sabe que medidas como essa “não revertem a inflação”.
Ainda conforme ele, no entanto, existe a expectativa de que haja o desestímulo de novos aumentos de preços no Brasil, visto que o corte no imposto de importação torna o produto comprado no exterior mais competitivo, fazendo com que os “empresários pensem duas vezes antes de aumentar os preços”.
Confira os produtos com o imposto reduzido:
- Carnes desossadas de bovinos congeladas: de 10,8% para zero;
- Pedaços de frango: de 9% para zero;
- Farinha de trigo: de 10,8% para zero;
- Trigo: de 9% para zero;
- Bolachas e biscoitos: de 16,2% para zero;
- Outros produtos de padaria e pastelaria: de 16,2% para zero;
- Produtos do aço, vergalhão CA 50: de 10,8% para 4%;
- Produtos de aço, vergalhão CA 60: de 10,8% para 4%;
- Ácido sulfúrico: de 3,6% para zero;
- Mancozeb técnico (fungicida): de 12,6% para 4%;
- Milho em grãos: de 7,2% para zero.
Efeito da redução dos impostos é nula
Também ao canal “Globo News”, José Augusto de Castro, que é presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), disse que, na prática, a decisão do governo tende a ter efeito prático nulo no preço dos produtos.
Isso porque, de acordo com ele, o preço dos itens importados avançou em abril deste ano cerca de 34% na média, ou seja, os produtos importados também estão mais caros. “Se você reduz em 10%, vai reduzir pouco sobre o preço total do produto. Matematicamente, não acontece nada”, explica.
“Ninguém vai importar um produto pela diferença, que é pequena. A inflação tem muito mais força do que essa decisão política”, declarou ele, relatando ainda que, no acumulado dos últimos 12 meses até abril, a inflação teve alta de 12,13%.
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