Uma reunião marcada para esta segunda-feira (23) contará com a participação de 24 governadores de estados e do Distrito Federal. Juntos, esses gestores discutirão, dentre outros assuntos, a atual crise entre os poderes.
De acordo com as informações, alguns desses governadores estarão presencialmente na sede do governo do Distrito Federal, o Palácio do Buriti. Todavia, a maioria desses políticos participarão do encontro de maneira remota, por videoconferência.
Crise entre os poderes
O encontro, organizado pelo Fórum Nacional de Governadores, está marcado para acontecer três dias depois que Jair Bolsonaro (sem partido) foi ao Senado apresentar um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
No mesmo dia do pedido de impedimento do chefe do Executivo, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma ação a fim de apurar a incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia. O cantor Sérgio Reis foi um dos alvos da operação.
Em entrevista ao portal “G1”, Wellington Dias (PT), governador do Piauí e coordenador do fórum, disse que, no início, o foco principal do encontro seria a economia dos estados, com destaque para a reforma tributária.
No entanto, a recente tensão entre os poderes fez com que os planos fossem modificados. “O fórum já conseguiu, por meio de líderes estaduais da Câmara e do Senado, fazer crescer uma compreensão mais racional da conjuntura, e isso ajuda a criar um ambiente onde a gente possa dialogar com o Judiciário. Não é razoável o rumo que o país está tomando”, afirmou.
Até o momento, afirma Wellington Dias, não existe um posicionamento conjunto entre os gestores. Todavia, ele diz que a ideia é traçar um caminho uniforme, a fim de mostrar que os governadores “tem um pensamento médio sobre a atual conjuntura” do país.
Até o momento, apenas dois governadores não confirmaram presença no encontro, sendo eles:
- Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro;
- Mauro Carlesse (PSL), do Tocantins.
Para Wellington Dias, essa baixa falta de adesão é o que tem feito com que o fórum se destaque. “A vantagem do fórum é que, dos 27 governadores, quase todos estão comparecendo. Temos a presença de quem é governo e de quem é oposição”, afirma.
Por fim, ainda conforme ele, em meio a uma crise institucional, existe a necessidade de que todos os atores políticos compreendam que “esse ambiente de tensão só piora a crise no Brasil”, causando “dificuldades” e efeitos na economia, criando o que ele chama de um “ambiente de insegurança” para todos.
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