O tema mais importante no âmbito político nesta quinta-feira (29), sem dúvidas, foi a retomada do julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode custar à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos próximos oito anos, impedindo assim que ele tente voltar ao Palácio do Planalto em 2026.
Nesta quinta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tentou evitar comentar sobre o julgamento, mas afirmou que continua aliado politicamente com o ex-presidente. Ele, que apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições, também se posicionou contra o que ele chama de “criminalização da política”.
A declaração aconteceu durante um evento organizado no Rio de Janeiro pelo grupo empresarial Lide, do ex-governador de São Paulo, João Dória. Na ocasião, o governador carioca afirmou que, uma vez inelegível, Bolsonaro pode se tornar um cabo eleitoral até mais importante do que em condições de disputar eleições. Isso, por conta da comoção que um eventual impedimento pode causar.
“Ex-aliado não. Ainda sou aliado de Bolsonaro. Inelegível ele talvez seja até mais importante do que elegível. Não tenho dúvida que um candidato que teve 49% dos votos na última eleição tem uma infinidade de seguidores”, disse Cláudio Castro durante sua participação no evento organizado pelo grupo empresarial Lide.
Em outro momento, ele tentou evitar comentar do julgamento em si, dizendo que não está com os autos em mãos. “Mas o presidente tem bons advogados. Meu comentário é que temos de parar de criminalizar a política no geral. Não pode todo presidente ou governador que sai ser excluído da política. Essa lógica fere a democracia, o processo natural de oposição e situação”, disse ele.
De acordo com informações do portal “UOL”, no evento do Lide, que aconteceu em hotel situado a poucos quilômetros do Aeroporto Santos Dumont, onde Bolsonaro desembarcou para acompanhar o julgamento no TSE, o assunto inelegibilidade do ex-presidente foi somente tratado nas pequenas rodas.
Ainda conforme o portal, jornalistas questionaram um importante ex-aliado do ex-presidente que minimizou o assunto. “Isso não vale mais a pena. Eu só brigo para cima, para o que ficou em baixo não vale a pena”, disse ele, segundo o site, sugerindo superação das articulações da família Bolsonaro no cenário político nacional.
Nesta quinta, a sessão do TSE que trata sobre acusações de que Bolsonaro cometeu o crime de abuso de poder foi suspensa e retornará na sexta-feira (30). Até o momento, quatro ministros já votaram. Deste, três votaram pela condenação do ex-presidente e um votou para que o ex-chefe do Executivo seja inocentado e, consequentemente, a ação seja arquivada.
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