O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tem negociado com o Supremo Tribunal Federal (STF) medidas para aprimorar o plano de redução de mortes em operações policiais no estado. No entanto, enquanto isso, ele também tem recebido de sua assessoria pesquisas que mostram o amplo apoio da população à manutenção da política de confronto.
A informação foi publicada pelo jornalista Otávio Guedes, da “Globo News”, nesta quarta-feira (08), quando o comunicador informou que uma pesquisa interna encomendada pelo Palácio do Guanabara mostrou que 62% da população carioca apoia operações policiais em comunidades da capital.
“Se eu fosse me basear por pesquisas, faria mais três operações como a da Vila Cruzeiro, uma por semana”, teria dito o governador, que é candidato à reeleição, ao comentar a operação que deixou 23 mortos em uma favela do Rio de Janeiro, em maio. Na ocasião, entidades de direitos humanos classificaram a operação como matança. Já Cláudio Castro defendeu a polícia e negou que tenha havido um massacre durante a ação. “Foi combate. Quem queria massacrar a polícia eram os bandidos”, disse o governador à época da operação.
Segundo Otávio Guedes, o governador do Rio de Janeiro vai usar os números da segurança, com indicadores de violência em queda e, principalmente, seu apoio à política de confronto, como uma arma nas eleições deste ano contra o seu principal rival, Marcelo Freixo (PSB), que é defensor dos direitos humanos e contra as operações realizadas recentemente no Rio de Janeiro.
De acordo com o jornalista, “no Rio de Janeiro, a direita sempre explorou, com sucesso, a ideia de quem é a favor de Direitos Humanos automaticamente é contra o trabalho policial”, demonstrando que, nos últimos anos, “matar dá votos” no estado carioca. Ainda conforme o comunicador, para tentar desmistificar a imagem de que é contra as forças policiais do estado, Marcelo Freixo tem se reunido com essas entidades, tentando demonstrar que não é “inimigo da polícia”.
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