Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, afirmou nesta quarta-feira (01) que espera a ajuda do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), por conta da chuva que castigou o estado nos últimos dias e deixou centenas de mortes.
Segundo o governador, ele não quer “politizar” a tragédia causada pelas chuvas intensas na região. “Foi uma tragédia muito grande que afetou a vida das pessoas, pernambucanos, e não vou deixar politizar uma tragédia como essa num momento tão difícil que passa o nosso povo”, disse ele durante entrevista à “CNN Brasil”.
De acordo com dados divulgados pela Defesa Civil, já foram registradas 106 mortes, oito desaparecidos, 6.198 desabrigados e ao menos 24 cidades decretaram situação de emergência. Ao dizer que não quer “politizar” o fato, o governador criticou a visita de Bolsonaro, que foi na segunda-feira (30) à capital pernambucana.
“Ele chegou ao Recife, fez um sobrevoo nas áreas atingidas, fez uma coletiva e voltou a Brasília”, explicou o governador. Segundo o gestor, ele não foi convidado pelo presidente para uma reunião, muito menos foi comunicado oficialmente sobre a visita. “Toda ajuda é bem-vinda […] o embate vem de uma questão e um ato político que o presidente fez ao chegar aqui”, disse ele.
Faltou iniciativa, diz Bolsonaro
Durante sua passagem por Recife, Bolsonaro disse que faltou iniciativa do governo pernambucano, pois, segundo o chefe do Executivo, sempre que acionado, o governo federal prestou o auxílio necessário. “Em todos os momentos que os governadores nos procuraram ou prefeitos, nós atendemos. Eu acho que faltou iniciativa da parte dele também”, disse Bolsonaro.
“Aqui ninguém está proibido de comparecer nesse local, nesse momento”, afirmou ele, que na ocasião já sabia do descontentamento de Paulo Câmara por conta da visita. “Se o governador estava fazendo outra coisa, não sei, talvez ache melhor não estar presente aqui. Mas a gente não vai politizar essa questão”, disse o chefe do Executivo na ocasião.
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