Executivos que trabalham no Google prestaram depoimento à Polícia Federal (PF). De acordo com informações do jornal “Folha de S. Paulo”, esses funcionários da empresa afirmaram que a big tech gastou cerca de R$ 2 milhões em anúncios sobre o Projeto de Lei (PL) das Fake News.
Luciano Huck diz que ser candidato à Presidência é destino: “Não saí do debate”
Ainda de acordo com o jornal, em informação revelada nesta quinta-feira (22), o fato foi confirmado pelo presidente do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, e também pelo diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa Marcelo Lacerda.
Os dois prestaram depoimento para agentes da Polícia Federal na semana passada, mas informações sobre a oitiva só vieram à tona nesta quinta. Esse depoimento faz parte do inquérito que investiga se o Google manipulou buscas e fez campanha contra o texto.
A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) depois de um ofício assinado pelo presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP). No depoimento, os executivos afirmaram que os anúncios foram veiculados em rádios, jornais, redes sociais e no próprio Google.
Na ocasião, segundo o jornal, os executivos negaram, no entanto, que o objetivo fosse pressionar parlamentares a votar contra o projeto de lei. “Os anúncios não tinham como objetivo manifestar oposição ao projeto de lei em questão, mas sim abrir espaço para o debate quanto as possíveis melhorias em seu texto”, afirmou Fábio Coelho aos agentes da PF. “O Google é aberto ao diálogo e não é contra a regulamentação”, completou ele na oitiva.
Já Marcelo Lacerda, que foi autor de um artigo que acusou o PL de “aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil”, justificou que o objetivo do Google é tornar o debate mais “plural”. No depoimento, tanto o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas quanto o presidente do Google no Brasil, negaram que a empresa tenha interferido no resultado das buscas sobre o projeto de lei ou tentado “direcionar a percepção dos usuários”.
Nesse sentido, os executivos do Google afirmaram que os textos publicados pela empresa sobre o projeto de lei refletem a posição institucional da empresa e tiveram como objetivo “demonstrar a possibilidade de aprimoramento do texto”.
Leia também: TSE decide futuro político de Bolsonaro e julgamento pode estender-se por dias