Nesta última segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, participou do programa Roda Viva, da TV Cultura. Durante a entrevista, ele criticou a operação Lava-Jato e Sergio Moro, afirmando que o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública se colocou em uma posição favorável à extrema-direita no julgamento do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na época em que era juiz.
Nesse sentido, Gilmar Mendes relembrou que mensagens vazadas pela operação fez com que ela fosse conhecida como “Vaza Jato”, argumentando que os rumos do processo eram combinados entre os procuradores e o juiz do caso, Sergio Moro. Com isso, após analisar troca de mensagens entre os integrantes da operação, o STF considerou Sergio Moro foi parcial durante o julgamento das ações que envolviam o presidente e anulou todas as decisões do agora senador.
Além disso, Gilmar acusou Moro de influenciar as eleições de 2018. “Moro vaza a delação de Palocci entre o primeiro e segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema-direita”, apontou. “Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não por acaso os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”, completou Gilmar.
Moro e Dallagnol criticaram falas de Gilmar Mendes
O senador Sergio Moro comentou sobre as declarações de Gilmar Mendes em suas redes sociais. “Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, afirmou Sergio Moro.
Além de Moro, quem também criticou as falas do ministro do Supremo Tribunal Federal foi o deputado federal Deltan Dallagnol. Em nota divulgada à imprensa na manhã desta terça-feira (9), Dallagnol afirmou que Gilmar Mendes “nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia”.
“Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin”, apontou Dallagnol. Para o deputado, Gilmar Mendes “destila um ódio que mostra o que há em seu coração”, passando uma mensagem “perversa e avessa ao que é justo, moral e ético” utilizando palavras que provocam uma “inversão de valores que injuriam os brasileiros”.
Por fim, Dallagnol apontou que não luta “contra o ministro Gilmar”, mas que é a “favor do que é certo” e que prosseguirá lutando “contra a corrupção e justiça”, além de rebater a afirmação do ministro de que Curitiba “gerou Bolsonaro” e tem o “germe do fascismo”, dizendo que a capital paranaense “não tem sangue (ou sobrenome de barata)”.