A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preocupada com o clima financeiro, informou nesta terça-feira (04) o jornalista do canal “Globo News” Valdo Cruz. Apesar disso, também nesta terça, o petista disse que aposta em um crescimento para o país maior que as previsões feitas pelo mercado.
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Conforme o jornalista, Lula avalia que, no momento, o que deve ser feito é reagir, principalmente após notícias negativas no cenário externo como o aumento do preço do barril de petróleo, visto que tal fato pode manter a inflação pressionada e, com isso, retardar ainda mais a queda da taxa de juros pelo Banco Central.
Ainda segundo Valdo Cruz, assessores de Lula tentam convencê-lo a tentar reduzir ruídos na economia e, com isso, focar na aprovação, da forma maios rápida possível, do novo arcabouço fiscal e também da reforma tributária – esses dois instrumentos são, na visão dos assessores do presidente, capazes de virar o jogo.
Todavia, o grande problema é que Lula tem adotado um discurso considerado “mais radical” por conta de sua “insatisfação com os rumos iniciais do seu governo, exatamente no campo da economia”. Nos últimos dias, Lula tem dito, inclusive, que o país vai crescer mais “do que pessimistas estão prevendo”.
Lula havia concentrado seus ataques no Banco Central após a instituição ter mantido a taxa de juros em 13,75% ao ano – o petista estava responsabilizando a equipe de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, pelo baixo crescimento da economia neste início de governo.
Mesmo com a população apoiando as críticas de Lula para com a alta taxa de juros, informou Valdo Cruz, os assessores de Lula tentam convencê-lo de que, apesar desse efeito positivo com o eleitor, esses ataques têm efeito contrário no mercado e, dessa forma, ampliando ainda mais o clima de incerteza.
Em entrevista ao jornalista, um interlocutor de Lula afirmou que entende a ansiedade do petista, mas, mesmo assim, avalia que o correto seria evitar este tipo de briga, pois os investidores decidem aportar recursos no Brasil, ou não, com base na confiança nos rumos do país, ditados pelo governo federal.
“Por mais que reclame, diz esse interlocutor, Lula precisa entender que faz parte da solução do problema – e que não adianta terceirizar essa solução”, disse o interlocutor do presidente da República em entrevista ao jornalista do canal “Globo News”.
Estimativas de crescimento
No começo da semana, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que aposta, assim como Lula, que a economia vá crescer no Brasil acima das previsões de mercado. De acordo com o chefe da pasta, a estimativa da sua equipe é de um crescimento de 1,6% neste ano.
Por outro lado, a média dos economistas do mercado apontam para 0,9%. Já o Banco Central é um pouco mais otimista que a média dos economistas: a instituição prevê um crescimento de 1,2% para 2023, ou seja, acima da previsão do mercado, mas abaixo do indicado pelo Ministério da Fazenda.
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