O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está pressionando o Exército para que militares considerados golpistas sejam punidos pela corporação. De acordo com informações do jornal “O Globo”, nesta quarta-feira (12), Flávio Dino, ministro da Justiça, Flávio Dino, promoveu um encontro entre o ministro da Defesa, José Múcio, o comandante do Exército, general Tomás Paiva e diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
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Conforme a publicação, no encontro, o trio debateu sobre temas sensíveis, como a punição de militares envolvidos nos atos golpistas de 08 de janeiro. Hoje, os militares já estão na mira da Justiça.
Em fevereiro, por exemplo, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que cabe à Corte, e não à Justiça Militar, julgar fardados que tenham participado do 08 de janeiro – a data ficou marcada pela invasão de destruição das sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF.
Apesar da determinação, as Forças Armadas, e também o Ministério da Defesa, veem resistido em adotar qualquer que seja a punição administrativa aos militares antes dos julgamentos serem concluídos.
Segundo “O Globo”, na reunião desta quarta, os envolvidos também debateram sobre a segurança presidencial e de outras autoridades do governo. No mês passado, o presidente Lula decidiu que a segurança será feita no formato híbrido, com civis e militares, mas também com a participação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que ficará com o comando da ação.
A decisão foi polêmica, pois a PF, que era quem estava cuidando da segurança de Lula, não queria ter perdido a liderança, pois considera um retrocesso policiais civis serem submetidos a militares. Após a definição de Lula, a primeira-dama, Janja da Silva, demonstrou interesse em manter os agentes federais que já estão na equipe de segurança dela.
Por fim, também foi discutido sobre o novo decreto para regulamentação de armas escrito por um grupo ligado ao Ministério da Justiça. O texto em questão retira do Exército e passa para a Polícia Federal a atribuição de controlar caçadores, atiradores e colecionadores de armas – os chamados CACs – neste caso, quem está descontente em perder o poder é o Exército. A proposta está em análise na Casa Civil.
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