A equipe que cuida da transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área da saúde afirmou nesta sexta-feira (25) que análises mostraram que o Brasil vive hoje uma “possível nova onda” de Covid-19.
Conforme dados do consórcio de veículos de imprensa, que leva em consideração dados das secretarias estaduais de Saúde, o Brasil soma 689.396 mortes devido à Covid-19 desde o início da pandemia. Destes óbitos, 71 foram registrados nas últimas 24h, sendo que a média móvel de mortes está em 73, uma alta de 59% – a média móvel de casos está em 19 mil, uma alta de 133%.
De acordo com senador Humberto Costa (PT), integrante do núcleo de Saúde na equipe de transição de governo, além da “possível nova onda” de Covid-19, o time de Lula também constatou que a vacinação está aquém do esperado.
Hoje, 84,72% da população tomou a primeira dose da vacina, 80,08% a segunda dose e apenas 49,4% a dose de reforço. “A pandemia não acabou. E nós estamos vivenciando, na nossa avaliação e na avaliação de alguns cientistas que estão fazendo estudos epidemiológicos, o início de uma possível nova onda. Estamos perto de 690 mil mortes”, afirmou o parlamentar.
De acordo com ele, nesse sentido, uma preocupação que todos compartilham é quanto à vacinação. “A vacinação está muito aquém daquilo que seria desejado para todas as faixas etárias”, relatou ele durante entrevista coletiva feita no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília.
Durante a entrevista, quem também falou foi o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, que integra a equipe de transição e relatou que todas as vacinas obrigatórias para crianças com menos de um ano estão com “cobertura inadequada”.
“Todas as vacinas obrigatórias no calendário de vacinação para crianças com menos de um ano estão com cobertura inadequada. Todas. Sem exceção”, afirmou ele, completando que “o Brasil perdeu a capacidade de fazer aquilo que sempre fez em uma construção de 50 anos de história”.
“O PNI vai completar 50 anos no ano que vem. É anterior, inclusive, ao SUS. Então, de 2015 para cá, em pouquíssimos anos o atual governo conseguiu praticamente destruir um esforço de quatro décadas e meia de construção de um programa que se transformou em um modelo internacional”, afirmou o ex-ministro.
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