Um gerente geral de uma agência do banco Santander olhou para o limite e decidiu ultrapassá-lo. Ele invadiu o e-mail de uma bancária, pediu demissão por ela e depois ele mesmo aceitou a suposta demissão da empregada.
O caso em questão parece uma descrição de uma cena de novela. Mas aconteceu de fato na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. De acordo com mais de uma testemunha, esse gerente esperou que a bancária saísse do seu local de trabalho.
A bancária saiu para pegar um papel em outra sala. Foi neste momento que ele decidiu agir. Ele sentou na mesa dela, aproveitou que o e-mail estava aberto e enviou o pedido de demissão. Nesse pedido, ele usou as palavras “irretratável” e “irrevogável”.
Ou seja, ele não queria dar brecha para uma possível segunda negociação. Logo depois, as testemunhas afirmaram que ele voltou para a sua mesa normalmente e respondeu o pedido afirmando que ele aceitava a demissão da empregada.
Quando ficou sabendo do que aconteceu, a empregada chorou muito e afirmou que estava com raiva do que aconteceu. Ao menos duas testemunhas confirmaram a versão da bancária. Por isso, ela decidiu entrar na Justiça do Trabalho.
Demissão
Por que a demissão é um assunto importante? Acontece que um empregado que pede demissão deixa de receber uma série de direitos. Entre eles está o seguro-desemprego, por exemplo. É como se ele tivesse perdido o emprego por justa causa.
É por isso que o gerente não quis ele mesmo demitir a bancária. Por que aí neste caso o banco teria que pagar uma série de direitos como 13º, férias e aviso-prévio por exemplo. Dessa forma, se entende que um pedido de demissão faz toda a diferença.
Decisão
O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) decidiu que o Banco Santander precisa pagar 10 mil reais por danos morais para a empregada. O banco tentou se defender afirmando que a empregada seguiu trabalhando depois do que aconteceu. Mas a Justiça do Trabalho não considerou esse um argumento aceitável.