Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, revelou nesta quinta-feira (17) que o futuro governo fará uma revisão em todos os gastos da gestão do atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições deste ano. Segundo o ex-governador de São Paulo, o “pente fino” terá como foco a responsabilidade fiscal.
PEC da Transição tira AUXÍLIO BRASIL do teto de gastos; entenda
A declaração aconteceu durante entrevista ao canal “GloboNews”. Na ocasião, o ex-governador de São Paulo defendeu que o novo governo reveja contratos e aprove, no Congresso, a reforma tributária que já está em tramitação.
De acordo com Geraldo Alckmin, a reforma tem potencial para fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer. “Tem efeito na produtividade, na competitividade, simplifica, reduz custos, evita guerra fiscal”, afirmou o vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo ainda que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição é uma medida de emergência.
Nesse sentido, ele afirma que a nova gestão vai propor, no decorrer do mandato, mecanismos para manter as contas equilibradas. “É preciso discutir e ter uma regra fiscal que deve levar em consideração os gastos do governo, a curva da dívida, o resultado primário, uma combinação de tudo isso”, começou o vice de Lula.
“Agora, não dá para fazer em 30 dias, sem nem tomar posse. Então, o que se está fazendo com essa PEC, ela simplesmente exclui o Bolsa Família [do teto], é isso”, completou Geraldo Alckmin, afirmando ainda que não vê motivos para as oscilações de mercado geradas, segundo analistas, devido à falta de anúncios claros do novo governo na área da responsabilidade fiscal.
“Não há nenhuma razão para o juro subir, para bolsa cair, porque não há hipótese de haver irresponsabilidade fiscal. O presidente Lula é uma pessoa experiente, foi oito anos presidente da República, a dívida sobre PIB era quase 60%, quando ele saiu era 40%”, afirmou o vice-presidente eleito.
Por fim, ele ainda disse que “Lula é um exemplo de responsabilidade fiscal”. Nesse momento da entrevista, ele defendeu que os governos anteriores do petista foram responsáveis fiscalmente. “Durante os seus dois mandatos, ele teve superávit primário todos os anos, então foi um governo com absoluto rigor fiscal”, disse ele.
Nos últimos dias, Lula tem sido criticado pelo mercado, pois tem defendido furar o teto de gastos, mecanismo de responsabilidade fiscal criado durante o governo de Michel Temer (MDB) e responsável por limitar o montante gasto pelo governo até 2036. Por conta das críticas, assim como publicou o Brasil123, Lula chegou a dizer que nunca viu “mercado tão sensível”.
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