A estudante Lorraine Bauer, de 19 anos, conhecida como “Gatinha da Cracolândia”, acusada de tráfico de drogas em São Paulo, teve seu pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça em 1ª instância, nesta sexta-feira (20).
O pedido da defesa da jovem foi feito no começo de agosto, quando o advogado de Lorraine, José Amir, solicitou que a prisão da suspeita fosse convertida em domiciliar por conta do fato de a acusada ter uma filha de 9 meses.
Para fazer a solicitação, a defesa se baseou no entendimento Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, em 2018, pela concessão de prisão domiciliar às presas sem condenação gestantes ou que forem mães de filhos com até 12 anos.
Todavia, mesmo com a tese do STF, o juiz da 2ª Vara Criminal que analisou o caso da “Gatinha da Cracolândia” negou o pedido de sua defesa. Com isso, a suspeita continuará presa no 89º Distrito Policial do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, onde se encontra desde o dia 22 de julho.
Em entrevista ao portal “G1”, a defesa de Lorraine Bauer criticou a decisão e ainda revelou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça. “Nós estamos pleiteando o que a lei determina. Minha cliente tem uma criança de nove meses que precisa dos cuidados dela e do calor humano. O STF e as instâncias superiores já têm esse entendimento e nós queremos que ele seja cumprido”, afirmou José Almir.
A decisão do STF
Conforme decidiu o Supremo em 2018, não podem deixar a prisão mulheres já condenadas e que cumprem pena.
Além disso, mulheres que, mesmo sem condenação, são suspeitas de crimes praticados com violência ou grave ameaça, contra os próprios filhos também devem ter seus pedidos negados.
Por fim, a Corte decidiu que a negação do benefício pode ser feita em situações “excepcionalíssimas”, a serem justificadas pelo magistrado que proferiu a decisão.
‘Gatinha da Cracolândia’: líder do tráfico
Assim como publicou o Brasil123, Lorraine foi presa acusada de tráfico de drogas na último dia 22 de julho, em São Paulo. De acordo com as investigações da polícia, Lorraine foi flagrada vendendo drogas em uma tenda feita para comercializar os entorpecentes para usuários de drogas da Cracolândia.
Conforme apontou a Polícia Civil, em cada tenda na Cracolândia, existem pelo menos dez mesas que são alugadas de outros traficantes e Lorraine atuava como líder de um desses segmentos, substituindo seu namorado, que acabou sendo preso antes dela.
Para o advogado da jovem, Lorraine não é traficante, como acusa a polícia. “Ela está sendo taxada como traficante, quando na verdade não é. É uma menina sofrida, de 19 anos. Ela só está presa porque estava na Cracolândia, onde ela vai buscar droga”.
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