Os gastos do consumidor dos Estados Unidos aceleraram em agosto. De acordo com o Departamento do Comércio, os números cresceram mais do que o esperado. No entanto, uma revisão para baixo dos dados de julho reafirma que a atividade econômica norte-americana desacelerou no terceiro trimestre.
Em resumo, os gastos do consumidor respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA. A saber, os gastos encerraram agosto 0,8% maiores que em julho. E isso aconteceu apesar da escassez mundial de semicondutores, que vem reduzindo as vendas de veículos em todo o planeta. Inclusive, a produção de automóveis continua prejudicada em diversos países.
Os números de julho vêm mais expressivos que o esperado, visto que os analistas acreditavam em um crescimento de 0,6% dos gastos do consumidor. Embora a atividade econômica do país se mostre mais fortalecida em julho, o terceiro trimestre chegou ao fim com desaceleração firme.
Em suma, a pandemia da Covid-19 é a principal responsável por isso. A Delta, variante mais transmissível já sequenciada do novo coronavírus, elevou o número de casos e mortes em todo o mundo nos últimos meses. Nos EUA, a média de óbitos estava em 362 em 1º de agosto, mas encerrou o mês em 1.352 mortes diárias.
O ressurgimento das infecções acabou restringindo a demanda por serviços e afetando o terceiro trimestre. Assim, os números de julho, que já não se mostravam expressivos, ficaram ainda mais prejudicados. Uma revisão reduziu os gastos do consumidor, que passou de 0,3% para -0,1% no mês.
Inflação continua avançando em agosto
Diante desses números, a inflação no país continuou sua trajetória de alta em agosto. Em síntese, o índice PCE, que exclui componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,3% em agosto. Esse também foi o percentual de avanço da inflação em julho.
Com o acréscimo desse resultado, o chamado núcleo do PCE acumula alta firme de 3,6% nos últimos 12 meses, encerrados em agosto. Esse é o mesmo nível alcançado em julho, o que indica que a inflação nos EUA segue firme e elevada.
Por fim, vale ressaltar que o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, utiliza a taxa do PCE para sua meta flexível de 2%. A saber, o Fed elevou essa taxa para 3,7% no ano na semana passada. Em junho, a taxa estava em 3,0%.
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