O deputado federal Elias Vaz (PSB) revelou, nesta quinta-feira (10), que dados do Portal da Transparência compilados por ele mostram que, durante o período de campanha eleitoral, os gastos do cartão corporativo do presidente da República Jair Bolsonaro (PL) tiveram um aumento de 108% em comparação com a média mensal registrada no último ano.
Petrobras não será ‘fatiada’ e Banco do Brasil não será privatizado, diz Lula
Conforme os dados publicados pelo parlamentar, com base no Portal da Transparência, as faturas referentes a agosto, setembro e outubro deste ano somaram R$ 9.188.642,20, ou seja, o presidente gastou, em média, R$ 3.062.880,73 durante os meses citados. Já no ano passado, essa média foi de R$ 1.574.509,64.
De acordo com o Portal da Transparência, de janeiro a outubro deste ano, o cartão de Bolsonaro já custou R$ 22.751.636,53 aos cofres públicos, a maior despesa registrada desde 2016.
Segundo Elias Vaz, que ficou famoso por revelar os gastos de Bolsonaro, ele apresentou os dados para a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) seja solicitada a fim de que seja possível “detectar se houve abuso no período eleitoral com recursos públicos”. Além disso, ele também pediu que seja analisado o que causou aumento de despesas em relação à média anterior e se as faturas coincidem com a agenda de campanha.
Durante as eleições, Bolsonaro, em entrevista à rádio “Jovem Pan”, disse que não utiliza o cartão corporativo. No entanto, o TCU abriu uma investigação para apurar o volume e a origem dos gastos na fatura do cartão que já seriam pagas por contratos ou diárias a servidores.
Na oportunidade, o presidente disse que as altas despesas eram para pagar o seu deslocamento a compromissos oficiais pelo Brasil como presidente e pelos “80 seguranças” que o acompanham, o que gera mais gastos de hospedagem, transporte e alimentação, segundo ele. “No meu entender tem que cuidar da minha vida sim”, disse Bolsonaro na oportunidade.
Leia também: Relator do Orçamento diz que PEC de Transição terá Auxílio Brasil fora do teto de gastos permanente