A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou, nesta sexta-feira, o preço da gasolina e outros combustíveis para o período referente à semana de 20 a 26 de agosto. Nesse sentido, a pesquisa apontou que o preço médio do litro da gasolina teve uma alta de R$0,23, chegando ao patamar de R$5,88, o maior preço do combustível neste ano de 2023.
Além disso, o atual preço da gasolina é inclusive o maior valor desde julho do ano passado. O preço equivale a uma alta de 4,07% da semana anterior. Nesse sentido, o aumento é reflexo do anúncio da Petrobras, aumento o preço tanto da gasolina quanto do diesel, diminuindo a defasagem do preço dos combustíveis em relação ao mercado internacional.
Na percepção da Petrobras, o repasse do reajuste dos preços foi maior que o previsto. A companhia estimava um aumento de R$0,30 para o litro da gasolina e R$0,65 para o litro do diesel, já considerando a parcela de biocombustíveis em ambos os produtos. Embora os preços tenham sido reajustados, ainda existem defasagens em relação ao preço praticado pelo mercado internacional.
Diesel e etanol também sofreram aumento no período
Acompanhando a alta da gasolina, o diesel ficou R$0,55 mais caro no período da pesquisa. O valor médio do litro do diesel s-10 passou de R$5,55 para R$6,05, o que representou uma alta de 10%. O etanol também teve alta no período, saindo de R$3,61 para R$3,66 por litro. A alta foi de 1,3% no período para o biocombustível.
Dessa forma, com o aumento generalizado os combustíveis, haverá impacto sobre a inflação brasileira até o fim do ano. Segundo André Almeida, analista responsável pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a gasolina já foi o item que mais teve peso sobre o aumento da inflação em julho, tendo subido 4,75 no mês.
Inflação será impactada com aumento dos combustíveis
No mês de julho, a gasolina e outros combustíveis sofreram com a reoneração dos impostos, que incluiu a volta da cobrança da alíquota cheia de Pis e Cofins, bem como o novo cálculo da alíquota do ICMS. Alguns bancos, como o Itaú Unibanco, revisaram a projeção da inflação para este ano de 4,9% para 5,1% devido ao aumento no preço dos combustíveis.
“O movimento veio acima da nossa expectativa de curto prazo, que embutia um reajuste menor na gasolina, próximo de 5%. Com isso, a alta possui impacto adicional de aproximadamente +25 p.b. nos meses de agosto e setembro”, avalia boletim do banco Itaú, após os reajustes terem sido anunciados pela Petrobras.