Segundo levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina no Brasil sofreu uma alta de 1,47% nos postos de combustíveis espalhados pelas cidades brasileiras. O relatório apontou que o preço médio pago pelo brasileiro no litro de gasolina é de R$4,86 durante o período entre 9 e 15 de outubro.
Foi o primeiro aumento registrado após quinze semanas de quedas consecutivas. O aumento ocorreu após uma nova alta da gasolina na Refinaria de Maritape, que é a maior do país e está sob controle do setor privado. No último sábado, a Acelen, empresa responsável pela refinaria, anunciou um reajuste de 2% no preço da gasolina. Na semana anterior, a Acelen já havia anunciado um aumento de 9,7% na gasolina.
Nesse sentido, os anúncios realizados pela Acelen seguem uma tendência de oscilação vista recentemente no mercado internacional de petróleo. A cotação do barril tipo brent registrou forte queda em setembro, chegando ao patamar de US$82, contudo, neste mês de outubro, voltou a ser cotado na casa dos US$90.
As recentes altas do barril de petróleo estão associadas à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de realizar uma forte redução na produção da commodity. Contudo, até o momento, a Petrobras ainda não anunciou mudanças nos preços de suas refinarias. A última mudança ocorreu há um mês, quando anunciada uma redução de 7%.
O etanol também sofreu aumento no período, passando a ser comercializado, em média, a R$3,46, aumento de 2,08%. Já o diesel, se manteve estável, comercializado a R$6,51, valor que é R$0,01 abaixo do último levantamento realizado.
Gasolina e diesel enfrentam defasagem em relação ao preço internacional
Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do preço interno da gasolina e do diesel já dura 10 dias. Nesse sentido, em relação à gasolina, a defasagem média do preço em relação ao mercado internacional é de 5% e as maiores diferenças foram observadas nos portos de Aratu (Bahia) e Araucária (Paraná), onde chegaram a atingir 11%.
Com isso, para que a gasolina volte a paridade internacional, seria necessário ter um reajuste médio de R$0,18 por litro, segundo a Abicom. Por outro lado, o diesel teve uma defasagem maior, de 12% em média. A crise é maior devido à chegada do inverno no hemisfério norte, visto que a Europa busca estocar o combustível devido à crise do gás provocada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Dessa forma, para voltar à paridade internacional, seria necessário aumentar, em média, R$0,70 por litro o preço do diesel nas refinarias, segundo a Abicom. Atualmente, a associação não vê condições da importação concorrer com os preços que estão sendo praticados pela Petrobras.
A Petrobras vem sofrendo pressão do governo federal para manter os preços congelados até que ocorram as eleições do segundo turno. O mercado baiano possui a menor defasagem no preço do diesel de apenas 1% em relação ao mercado internacional, contudo, todos os outros portos estão com o preço do diesel abaixo do praticado no Golfo do México, mercado de referência para importadores.