Certamente, nos últimos meses você já ouviu diversas matérias desde o início do ano anunciando a queda ou o aumento da gasolina no país. Seja por ações do Governo Federal ou não, o que se sabe é que o preço deste combustível já subiu e já caiu várias vezes nos últimos meses. Porém, a principal dúvida é: qual é o saldo até aqui? Está mais caro abastecer no Brasil de uma maneira geral?
Em síntese, a resposta é sim. A saber, os motoristas de todo o país se encontram atualmente em uma situação mais complexa do que aquela que vimos no final do ano passado. Conforme dados oficiais da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina em dezembro de 2022 era de R$ 4,30. Essa, por sua vez, foi a última medição feita ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No mês de junho, após a mudança no sistema de cobrança do ICMS pelos estados, especialistas avaliam que o preço médio do litro da gasolina deve ser elevado para um patamar de R$ 4,67. Isso significa um aumento de 8,6% em relação ao que se registrava em dezembro de 2022, época em que o país ainda era comandado por Bolsonaro.
Este aumento de 8,6% representa mais que o dobro da inflação acumulada até o último mês de maio, que fechou em 3,12%, baseando-se no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Reoneração: Entenda
Existem diversas razões para entender este aumento. Contudo, o principal deles é a questão da reoneração dos combustíveis. A saber, perto das eleições presidenciais do ano passado, Bolsonaro decidiu desonerar, ou seja, retirar as cobranças de impostos sobre combustíveis como por exemplo, etanol, gasolina e o diesel.
Dessa forma, a medida fez naturalmente com que os preços destes itens caíssem em todo o Brasil. No momento em que assumiu o poder, ou seja, em janeiro, o presidente Lula manteve a desoneração total por dois meses. No entanto, a partir de março, o governo passou a reonerar o combustível, ainda que de forma parcial.
Além disso, uma segunda rodada de reoneração está sendo esperada para o próximo mês de julho. Isso, em suma, indica que os motoristas de todo o país ainda precisam se preparar para novos aumentos nos preços da gasolina durante os próximos meses. Em contrapartida, o diesel segue desonerado até o final deste ano.
Fim do PPI trará impacto na gasolina
Antes de mais nada, o Governo Federal vem tentando responder aos recentes aumentos com algumas medidas polêmicas. Nesse sentido, em maio, a Petrobras decidiu acabar com o sistema de Política de Paridade Internacional (PPI). Vale lembrar que o sistema ligava a definição dos preços dos combustíveis no Brasil aos preços internacionais do barril de petróleo.
“Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, mencionou a estatal na ocasião.
Assim, a expectativa é de que o fim do sistema do PPI faça com que o Brasil não precise continuar elevando os valores dos seus combustíveis sempre que houver uma forte variação nos preços internacionais.
Haverá nova redução no preço em julho
Além de tudo, é provável que a Petrobras também aplique mais uma redução nos preços dos combustíveis no próximo mês de julho. Nesse sentido, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) disse que a ideia é justamente fazer com que esta nova redução compense a nova rodada de reoneração.
“Com o aumento (de tributos) previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, informou o ministro da Fazenda em sua declaração.
Mas é importante deixar claro que a Petrobras ainda não confirmou oficialmente a redução dos preços no mês de julho.