Os motoristas do Brasil sabem bem que precisam gastar bastante para abastecer seus veículos. Os preços dos combustíveis subiram expressivamente nos últimos tempos, e um estudo comprovou que a gasolina comercializada no Brasil é uma das mais caras do mundo.
De acordo com cálculos da Oxford Economics, a gasolina no Brasil é a terceira mais cara do planeta. Em resumo, os preços domésticos do combustível equivalem a 9% do salário mínimo diário no país. Esse é o terceiro maior percentual, empatado com o Paquistão, e apenas atrás de Filipinas (19%) e Indonésia (13%).
A saber, o estudo analisou os preços médios da gasolina em 29 países do planeta mais a zona do euro. Todos os valores obtidos passaram por ajuste em relação ao poder de compra da população. E isso mostra que os brasileiros sofrem com preços realmente altos dos combustíveis no país.
Os cálculos foram feitos pelo economista-chefe para América Latina, Marcos Casarin, e pelo economista-sênior para a região, Felipe Camargo. O resultado obtido no Brasil superou os percentuais de vários vizinhos latino-americanos, como México (7%), Chile (3%) e Colômbia (1%).
Além disso, o preço da gasolina comercializada no Brasil também superou o valor comprometido do salário mínimo em outros países emergentes, como Turquia (5%), Rússia (3%) e África do Sul (2%). O percentual no Brasil também foi maior que o registrado na China (6%) e na zona do euro (2%).
Gasolina pode ficar mais cara no país em 2022
Embora a população venha sofrendo com os altos preços não só da gasolina, mas de outros combustíveis, como o diesel e o etanol, estes produtos podem ficar ainda mais caros no decorrer deste ano.
Em suma, a Petrobras reajustou o preço do litro do diesel em 24,9% e o da gasolina em 18,8% no mês passado. Esses fortes aumentos afetam toda a população, uma vez que diversas atividades econômicas utilizam combustíveis em seu dia a dia. E os reajustes podem acontecer durante todo o ano de 2022.
A saber, a nova política de preços da Petrobras, que está vigente desde 2016, possibilita uma flutuação quase livre dos preços domésticos dos combustíveis. Em outras palavras, a variação dos preços internacionais do petróleo e do dólar afetam diretamente os valores dos combustíveis comercializados pela estatal.
“Como resultado, o combustível agora representa uma parcela maior dos orçamentos das famílias do que qualquer país comparável no mundo, exceto a Indonésia e as Filipinas”, disseram os economistas responsáveis pelo estudo.
“Os custos mais altos de combustível espremeram outros gastos, a ponto de o brasileiro médio agora gastar mais em transporte do que em alimentação ou aluguel”, acrescentaram.
Por fim, a Petrobras pode elevar os preços da gasolina e do diesel caso o petróleo volte a subir fortemente ou mesmo em meio a uma disparada do dólar. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia e a inflação global cada vez mais forte, isso não é difícil de acontecer. Resta torcer para que os preços dos combustíveis não subam mais.
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