Sob o risco de aumento da inflação, a principal prioridade do governo Lula nesta semana deve ser resolver a volta, ou não, dos impostos sobre a gasolina. Com o preço, em média, perto dos R$ 5 em todo o país, especialistas estimam que a volta do PIS e do Cofins podem elevar os preços em R$ 0,69. Na inflação, o impacto seria de 0,75 pontos percentuais.
Por isso, o governo deve ampliar o debate sobre o tema nesta segunda-feira. Isso porque a volta dos impostos na gasolina está previsto para acontecer na quarta-feira, 1° de março. Até lá, nada está definido, dizem especialistas.
Lula se preocupa com a inflação
A inflação é um processo generalizado de aumento de preços. Isso acontece por alguns motivos, mas o mais comum deles é o aumento dos preços pelo aumento dos custos de produção. Nesse caso, indústrias levam em conta o preço da mão de obra e também da logística de entrega das mercadorias. A gasolina entra justamente em uma parte importante da cadeia de produção.
Isso porque o combustível é usado para o traslado de mercadorias ou até mesmo de matérias-primas para a fabricação de produtos. Além disso, os prestadores de serviços usam carros para ir até seus clientes ou efetuarem suas atividades. Com o aumento da gasolina, muitos produtos e serviços ficarão mais caros. Na média, tudo deve aumentar cerca de 0,75 ponto percentual com o aumento de impostos no combustível.
Contudo, a regra de isenção de PIS e Cofins na gasolina valerá até terça-feira, 28. A partir do dia 1° de março, a incidência desses tributos volta a valer, o que deve fazer o preço subir imediatamente. Para tratar do tema, Lula tem uma reunião marcada com Rui Costa (ministro da Casa Civil), Fernando Haddad (ministro da Fazenda) e Jean Prates (presidente da Petrobras). O encontro acontecerá nesta segunda-feira, 27, às 18h.
Quais as propostas para evitar o aumento da gasolina?
O governo trabalha com algumas propostas para evitar o aumento do preço da gasolina, para não impactar a inflação. Contudo, ainda não existe uma certeza de qual estratégia o governo vai usar. Por isso, economistas seguem na expectativa para as falas dos presentes na reunião, amanhã no início da noite.
A primeira proposta é uma volta gradual dos impostos, em vez de um retorno em uma única vez do tributo. Isso daria tempo para que os preços internacionais caíssem e o impacto fosse baixo no preço da gasolina. Além disso, essa medida abriria espaço para que a Petrobras voltasse a discutir a troca da precificação da gasolina. Atualmente, o preço leva em conta os preços do mercado internacional, mas o novo governo quer calcular todos os custos na moeda brasileira.
A segunda proposta seria manter a isenção dos impostos na gasolina. Contudo, isso abriria um problema no orçamento do governo, que teria um prejuízo ainda maior durante o ano. Economistas afirmam que essa medida ajuda os cidadãos, mas pode prejudicar a continuidade de políticas públicas, como o Bolsa Família.
Lula deve dar declarações à imprensa após a reunião ou na terça-feira.